É o nome do livro do famoso escritor norte-americano Bret Easton Ellis, responsável por romances de ficção como O Psicopata Americano (1991) ou Glamorama (1998). Este é o seu único livro de não-ficção até à data, escrito na ressaca da primeira eleição de Donald Trump nos EUA em 2017, tendo sido lançado em 2019.
Existe uma edição portuguesa (Elsinore, 2019).
O que se aborda neste livro?
Geralmente, o livro está focado na cultura contemporânea, nas suas vertentes política, social e económica, sem deixar de lado o grande turbilhão das redes sociais – arma mais importante que qualquer canção ou livro de história – na formação da opinião pública e do sentido de voto de milhões que elegem presidentes, primeiros-ministros e deputados da nação, a um ritmo tão voraz que os mais fundamentais princípios de decência e liberdade não acompanham.
Mas, na verdade, este livro de BEE é uma constatação crítica e velada à reação das classes endinheiradas e empoderadas, com quem ele convive e janta nas suas mansões e apartamentos californianos, à eleição de Trump. O autor elabora sobre o medo, o pânico, a vontade de emigrar para um destino mais solarengo, o cancelamento de amigos íntimos e familiares eleitores de Trump, que tomou conta de milhares de cidadãos norte-americanos pela altura do primeiro termo do atual presidente norte-americano.
A mensagem é simples: “move on!”. Avancemos, apesar de tudo avancemos, sem os exageros do medo, nem da esperança, nem das vagas e absurdas chamadas “à rua e às armas”, que se publicam nas nossas redes, à luz das mais recentes (e, talvez, escusadas) eleições legislativas em Portugal.
Um belo livro para ler agora e tentar auferir outro rumo que não o do desespero.
Porque se a luta continua, a vida continua ainda mais.
E uma não vive, nem luta, sem a outra.