Está a chegar a 3.ª edição do Festival Stone Art. Entre os próximos dias 22 e 31, a pedreira do Codaçal, situada na freguesia de Serro Ventoso, em Porto de Mós, transforma-se num museu a céu aberto e recebe novos artistas de diferentes partes do mundo, que irão expandir e embelezar o circuito de arte pública iniciado em 2021.
Com curadoria de 2CarryOn, o evento bienal projetado pela autarquia local volta a promover o encontro entre a arte urbana, a escultura e o património natural, em pleno coração do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiro.
Este ano, o cartaz integra três nomes internacionais e quatro nacionais, que vão desenvolver murais que se fundem com a paisagem da região. São eles: Sea162, referência do graffiti espanhol e reconhecido pelas composições geométricas e futuristas, e os alemães Fesa e Jack Lack, este último que desconstrói formas e símbolos para questionar a cultura visual contemporânea. Do panorama nacional, marcam presença Mojojojo, que recorre ao surrealismo urbano e a personagens caricatas com forte ligação ao muralismo, Mafalda MG, que através de traços orgânicos e paletas suaves explora o universo feminino e a ligação ao território, Hatory Pabllo, que traz as influências da arte popular brasileira, e ainda Dish, cujas composições dinâmicas e abstratas são marcadas pelo ritmo e pela textura.
Além da pintura mural, a iniciativa traz cinco escultores que vão criar obras a partir da pedra e de materiais locais, refletindo a ligação entre a natureza, a matéria e a identidade. É o caso do alcobacense Thierry Ferreira, conhecido por criar um diálogo entre a paisagem e a escala humana, e dos argentinos Alfredo Pecile e Pablo Garelli. Pecile trabalha o mármore enquanto que Garelli combina elementos naturais com estruturas geométricas e narrativas visuais. Também a partir de Itália, Kanu propõe uma fusão entre arte urbana e a escultura, explorando o espaço e o equilíbrio, e a partir da Arábia Saudita, Talal Altukhaes irá criar obras inspiradas em referências culturais e poéticas.
À semelhança das edições anteriores, o Hall of Fame volta a dar espaço à pintura livre, desafiando este ano os grafiters participantes a desenvolverem um projeto coletivo que remeta para o universo subterrâneo das grutas da região, evocando a sua biodiversidade singular e os mistérios que habitam as suas cavidades naturais. O objetivo é “criar uma ponte entre as expressões urbanas e o património científico-natural, explorando as fronteiras entre o visível e o oculto, o terreno e o subterrâneo”, avança a organização.
Desde a primeira edição, passaram na pedreira do Codaçal quase meia centena de artistas vindos de diferentes pontos do globo que desenvolveram dezenas de obras entre pinturas e graffiti em morais e esculturas com a pedra local.