Chegaram a ser mais os voluntários do que os cães alojados no Canil Municipal da Nazaré mas hoje o Grupo de Voluntários dos Animais da Nazaré enfrenta vários problemas.
Chegaram a ser mais os voluntários do que os cães alojados no Canil Municipal da Nazaré mas hoje o Grupo de Voluntários dos Animais da Nazaré enfrenta vários problemas. O principal é “mesmo a falta de voluntários”, denunciam as nazarenas Inês Carapau e Rita Lopes, duas das responsáveis pelos grupos. Contudo, as jovens dedicam muito do seu tempo aos animais e não estão dispostas a que os “patudos” deixam de ter os cuidados necessários.
“É preciso mudar a água, dar comida, limpar as boxes e passear os cães todos os dias”, refere Inês Carapau. No total, o canil municipal alberga cerca de quatro dezenas de cães, o que “dá muito trabalho e ocupa muito do tempo” dos 15 voluntários que regularmente cuidam destes animais. Apesar da falta de voluntários, todos os cães são passeados diariamente, “mesmo que às vezes cheguem só a estar duas pessoas para cuidar de 40 animais”.
Como se não bastasse a falta de voluntários, o Gruva está, também, a braços com o sobrelotamento do canil municipal. A aproximação do verão pode explicar o aumento no número de animais abandonados mas o sobrelotamento é uma realidade “há algum tempo”, refere Inês Carapau. As responsáveis do grupo de voluntários contam ao REGIÃO DE CISTER que evitam “partilhar a localização” do espaço para “evitar que sejam lá abandonados animais, acorrentados a postes de eletricidade ou amarrados a árvores” como já aconteceu, lamentam.
O Gruva continua, no entanto, a apelar à população nazarena que esteja interessada em colaborar com o grupo para dedicar algum do seu tempo aos animais. Além disso, o grupo de voluntários promove, também, a adoção de cães. Mas não é uma adoção qualquer, defende Inês Carapau. “Tentamos que os adotantes estejam mais do que uma vez com os animais, tanto no canil como nas suas casas, para perceber se se cria uma ligação entre a pessoal e o animal”, explica a jovem.
O Grupo de Voluntários dos Animais da Nazaré foi criado em fevereiro de 2014 e, desde então, já se perdeu a conta aos animais resgatados e às horas despendidas em prol dos animais. O canil municipal está, também, equipado para albergar gatos. No entanto, explica Rita Lopes, os felinos costumam ser acolhidos pelos voluntários, uma vez que “não há condições” para manter cães e gatos no mesmo espaço.
O sobrelotamento do canil municipal poderá vir a ser aliviado, nos próximos tempos, com a construção de cinco novas boxes assegurada pela Câmara da Nazaré. O orçamento participativo do ano passado ditou que a autarquia iria investir 10 mil euros na ampliação do canil. No entanto, o problema não ficará solucionado, alerta Inês Carapau.
Com mais ou menos “mãos” os cães do canil municipal continuarão a ter as condições necessárias para sobreviver até que alguém lhes dê uma nova família.