Seis meses depois do início do processo, a SPAL viu agora o Plano Especial de Revitalização (PER) aprovado pelos credores e homologado pelo tribunal.
Um documento “prudente, mas ambicioso”, que permite à empresa sediada em Valado dos Frades começar a preparar o futuro “com otimismo”. A empresa considera, em comunicado, a aprovação “um verdadeiro voto de confiança dos credores e trabalhadores no projeto da marca e nos acionistas”.
No documento, a empresa de cerâmica faz questão de realçar que à aprovação precedeu a venda da posição da acionista FACCE, tendo a Cup & Saucer, a maior fabricante de chávenas de café do mundo, ficado com a totalidade do capital. Assim, “o Estado não teve de fazer qualquer perdão de dívida à SPAL”, contrariando a notícia divulgada pelo Jornal de Negócios. “Os únicos credores que ficaram sujeitos a perdão de dívida de capital foram outras empresas do grupo, e especialmente relacionadas com a SPAL”, lê-se.
Assim, e porque os créditos subordinados “são objeto de perdão”, como explica o administrador judicial, a empresa terá de liquidar uma dívida na ordem dos 16 milhões de euros, em vez dos 25,6 milhões inicialmente reconhecidos.
O plano agora aprovado prevê o pagamento das dívidas em 150 prestações, “o que vai exigir dinâmica e agressividade no posicionamento da SPAL no futuro”. “Apesar do momento adverso e repleto de incerteza, a SPAL tem prezado pelo cumprimento de todos os seus negócios em curso, podendo agora, de forma metódica, dar início a um novo ciclo, contando obviamente com a fidelidade dos seus clientes”, lê-se ainda no comunicado.
A SPAL recorreu ao PER em setembro do ano passado para fazer face à crise empresarial que atravessa, agravada com a queda abrupta e significativa da economia mundial, causada pela pandemia covid-19, que veio “desvalorizar os negócios e rodear a empresa de grandes incertezas”.