A história da mulher foi, e é ainda, marcada por grandes lutas. Alvo de discriminações e muitas vezes submissa aos homens e parceiros, a mulher sempre lutou pela conquista do seu lugar numa sociedade maioritariamente machista. Durante séculos, perdurou a imagem da mulher em condições equivalentes à de escrava, numa época em que ser livre significava, basicamente, ser homem.
As funções primordiais femininas eram a reprodução, a amamentação e a criação dos filhos. Um marco no que diz respeito à história das mulheres foi a perseguição na Idade Média, que ficou conhecida como “caça às bruxas”. As “bruxas” eram apenas mulheres que agiam contra o “tradicional” e questionavam o sistema. Por isso, era preciso criar pretextos para que a sociedade se voltasse contra elas. No fim do período medieval, as mulheres assumiram um papel importante no desenvolvimento das cidades e passaram a ser inseridas no mercado de trabalho.
Mas ainda que a possibilidade de alcançarem independência social e profissional tenha surgido, o preconceito permanecia. Até ao século XIX não havia registo de mulheres nas universidades! Com a implementação de fábricas e o desenvolvimento da tecnologia, as mulheres passaram a trabalhar no setor fabril, contudo, sempre em atividades compatíveis com as que exerciam dentro de casa, em condições degradantes e, claro, com remuneração inferior à dos homens. Devido a esta desigualdade, a contestação começou a despontar!
O século XX trouxe, finalmente, o início da quebra dos malogrados paradigmas em relação ao sexo feminino. Desde então, muito caminho foi trilhado por corajosas e destemidas mulheres, para que hoje possamos ter “voz”. Como é possível, então, que no século XXI, se continuem a observar reflexos nítidos desta realidade experimentada pelas mulheres há mais de dois séculos? Como se justifica que existam lugares no mundo onde o fanatismo extremista dos “homens” apague a “mulher” do espaço público, reduzindo-a a um desumano ser ignóbil? Afinal, que preço tem “nascer-se mulher”, nos dias de hoje?