Numa sociedade cada vez mais eletrónica e repleta de “perigosidades” urbanas, brinca-se menos na rua, anda-se menos a pé e sai-se menos de casa
As vantagens do exercício para o crescimento físico e psicológico das crianças e jovens são mais que muitas. A nível físico é aliado no combate à obesidade, reduz o risco de doenças cardiovasculares, fortalece músculos, ossos e articulações. A nível psicológico, eleva a autoestima por desenvolver habilidades que antes não se possuía, melhora o aspeto físico, e consequentemente melhora a autoimagem. A nível social é um adjuvante privilegiado na realização de laços sociais.
Porém, a “falta de atividade física entre as crianças portuguesas é uma bomba-relógio”, quem o diz é a DGS ao revelar que 77% dos portugueses não praticam exercício suficiente. Portugal é um dos países europeus com menores taxas de atividade física e mais crianças obesas. É um cenário bem sério e os prognósticos são tudo menos bons. Estudos concluíram que a falta de literacia motora entra crianças e jovens é uma realidade problemática.
Numa sociedade cada vez mais eletrónica e repleta de “perigosidades” urbanas, brinca-se menos na rua, anda-se menos a pé e sai-se menos de casa. Passa-se a vida no sofá ou em frente do computador! Como se não bastasse, em cima de tudo isto, vem uma cereja “envenenada” – a ludibriosa alimentação hipercalórica.
As instituições de ensino e as entidades afetas à formação do desporto lidam com imensas dificuldades advindas do desinvestimento político; mas, a verdade, é que uma forte aposta na promoção de exercício físico iria melhorar significativamente a saúde pública e até pouparia muito dinheiro aos cofres do estado (!); no entanto, a este ritmo, somos nós que iremos pagar por tudo isto no futuro. Teremos gerações com rotinas sedentárias, doentes e repletas de problemas de autoestima. É preciso traçar um novo rumo e trabalhar para concretizar mudanças. A saúde pública fragiliza-se a cada dia e o relógio não para!