Os projetos “Aldeia Segura” e “Pessoas Seguras” são pioneiros na região e têm o dedo de Pedro Cunha, da Martingança-Gare, que ajudou a juntar parceiros para tornar a Moita, onde reside, uma aldeia mais segura. O primeiro simulacro, que decorreu em março, de evacuação de aglomerados, foi um sucesso no teste à capacidade de resposta à emergência.
Este conteúdo é apenas para assinantes
Depois de terem sido implementados os projetos naquela freguesia do concelho da Marinha Grande, o próximo objetivo é a criação de uma unidade local de proteção civil, explica Pedro Cunha, que, além de integrar o executivo da Moita, é subchefe nos Bombeiros Voluntários de Pataias e, agora, oficial de segurança local na aldeia que até 2001 integrava o concelho de Alcobaça.
O projeto, que a Junta da Moita assumiu como prioritário e que tem o selo da Proteção Civil municipal, é possível graças à entrega de 15 voluntários. “Não foi fácil. Foram precisas sete sessões de esclarecimento para sensibilizar as pessoas”, conta o subchefe.
A unidade de segurança organizou lugares de refúgio para concentração de pessoas, também testados no simulacro de março, bem como planos de fuga na freguesia, que tem perto de 70 por cento de área florestal.
O projeto “facilita o trabalho operacional” e permite “um elo de ligação mais forte” aos planos municipais de Proteção Civil, explica Pedro Cunha, que conta também com os Bombeiros de Pataias como parceiros, à semelhança dos da Maceira e dos de Vieira de Leiria, além, obviamente, da corporação da cidade da Marinha Grande. A iniciativa foi apresentada pela primeira vez em julho do ano passado à população da Moita, que recebeu agora o simulacro de estreia do projeto, no âmbito da comemoração do Dia Internacional da Proteção Civil, que se assinalou em março. A ação “MoitEx’23” envolveu diversos agentes de proteção civil, lê-se no comunicado da organização. No decorrer da apresentação foram elencados os objetivos de implementação “e foi reiterado o compromisso, tanto das instituições como da população local, em construir uma comunidade mais informada, mais sensibilizada, mais resiliente e, acima de tudo, mais segura”, resume o oficial de segurança local.
O programa “Aldeia Segura” está definido na Resolução do Conselho de Ministros de outubro de 2017 como um “Programa de Proteção de Aglomerados Populacionais e de Proteção Florestal” destinado a estabelecer “medidas estruturais para proteção de pessoas e bens e dos edificados na interface urbano-florestal, com a implementação e gestão de zonas de proteção aos aglomerados e de infraestruturas estratégicas, identificando pontos críticos e locais de refúgio”.
Já o programa “Pessoas Seguras” destina-se a promover “ações de sensibilização para a prevenção de comportamentos de risco, medidas de autoproteção e realização de simulacros de planos de evacuação, em articulação com as autarquias locais”, e estipula a criação de uma rede automática de avisos à população em dias de elevado risco de incêndio, com o objetivo da emissão de alertas para proibição do uso do fogo ou outras atividades de risco, bem como medidas de autoproteção, dirigidas para públicos específicos.