Recuemos até maio de 1998. Por esta altura, já lá vão mais de 25 anos, Carlos e Paula Almeida abriam o café “Novo Encontro”, na localidade de Casal da Ponte, freguesia de Alfeizerão.
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Hoje, mais de um quarto de século depois, o espaço continua (bem) vivo e faz jus ao nome: promove novo(s) encontro(s). Porque esses momentos de partilha acontecem, muitas vezes, entre pessoas que não se conhecem assim de forma tão aprofundada. “Claro que há muitos clientes diários que são aqui das redondezas, mas, felizmente, também temos muitos clientes que vêm de fora, de outras zonas do concelho. E isso acaba sempre por motivar ‘dois dedos de conversa’”, assume Carlos Almeida, proprietário do estabelecimento, em conversa com o REGIÃO DE CISTER.
No momento em que a reportagem do nosso jornal esteve no “Novo Encontro”, várias foram as interrupções para que este alfeizerense de gema atendesse quem ia entrando no café. “O senhor queira desculpar a interrupção, mas vou só tirar um café para esta senhora”, dizia-nos Carlos Almeida, dono de uma simpatia assinalável e que, por certo, também é um dos trunfos para que a sua casa seja tão frequentada diariamente.
A aposta no ramo da hotelaria surgiu devido “a uma paixão muito antiga”. Antes disso, porém, esteve emigrado. “Fui para a Suíça com 19 anos, trabalhei lá na construção civil, e quando regressei a Portugal decidi abrir este café”, conta o empresário, que não esconde estar “muito satisfeito com a aposta que fez, apesar do imenso trabalho que esta vida dá”.
O “Novo Encontro” abre às 7 horas e encerra apenas à 1 hora da madrugada. Com esta carga horária, é natural que Carlos Almeida precise de ajuda. E quem melhor do que a mulher para dar andamento à casa? “Sem a presença e a ajuda dela nada disto seria possível. Trabalhamos muito os dois”, afiança o empresário.
O espaço, amplo e com imensa luminosidade, é apelativo ao convívio. Tanto lá dentro, como na zona exterior, onde há uma esplanada, coberta, que também é extremamente apelativa, especialmente para os fumadores. Mas no interior há mais motivos para o convívio e a partilha.
“Além de tudo o que é normal haver num café e que permite às pessoas estarem um bocado sentadas, à conversa, temos também as nossas bifanas e, ali naquela sala [apontando para uma porta que está aberta] temos a mesa de snooker, onde se fazem boas jogatanas. Além disso, aqui nesta zona mais central do café, costumamos ter a presença de muitas pessoas, especialmente à noite, a assistirem a jogos de futebol que estejam a dar na televisão. No fundo, tudo vai ao encontro da minha ideia inicial e do próprio nome do café”, constata Carlos Almeida.
O café terá futuro “até nós irmos para a reforma”, projeta, até porque “os meus filhos não deverão dar seguimento a este ramo”. A mais velha, Catarina, de 26 anos, é enfermeira. O mais novo, Lourenço, de 15 anos, é estudante. “E além da escola, só quer saber do futebol”, graceja o progenitor, feliz, também, com as carreiras dos filhos.