O município de Alcobaça prepara-se para acolher o maior investimento privado das últimas décadas, com a aprovação, na passada segunda-feira, em reunião do executivo municipal, da venda de 17 hectares de terreno na zona industrial da Alva, em Pataias, a uma empresa dinamarquesa instalada há mais de meio século em Portugal.
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A alienação da parcela à empresa CODAN, de produção de instrumentos médicos, foi aprovada por unanimidade pelo órgão executivo. O presidente da Câmara reconhece que é a “maior venda de sempre” daquela autarquia, um negócio no valor de 3 milhões de euros.
“Trata-se da criação de uma unidade de produção que irá criar 500 postos de trabalho”, explica Hermínio Rodrigues. É, de resto, o investimento de maior monta no Norte do concelho de Alcobaça desde que a Secil se instalou em Pataias no final da década de 1940, criando, ao longo dos anos, mais de 400 postos de trabalho.
Fundada em 1939, a CODAN produz instrumentos médicos, como seringas ou kits de transfusão de sangue, e está instalada em Portugal desde 1966. Com esta operação, a empresa irá criar uma segunda unidade fabril, para além da atual, instalada em Odivelas. Até ao fecho desta edição, a CODAN ainda não tinha respondido às questões formuladas pelo REGIÃO DE CISTER sobre o investimento no município de Alcobaça.
“Querem começar a obra este ano”, garante o presidente da União de Freguesias de Pataias e Martingança. Valter Ribeiro acredita que o investimento representa “o pontapé de saída para a zona industrial criar as condições necessárias e todas as infraestruturas de que necessita”.
Há indústria naquele local da Alva de Pataias desde 1976, quando ali começou a laborar a Nutifruta, depois de ultrapassados demorados problemas com os Serviços Florestais, para a desafetação da parcela. Seguiram-se, já nos anos 80, outras duas fábricas, uma das quais em franca atividade (Sofamóvel), e, nos anos mais recentes, uma dezena de outras empresas. No entanto, as infraestruturas da zona industrial nunca foram concretizadas.
Em janeiro de 2010, a Câmara anunciou a conclusão do Plano de Pormenor da Alva para construção da nova zona industrial. À data estavam por definir questões relacionadas com as acessibilidades ao local, processo após o qual estava prevista a abertura do concurso para a construção da zona industrial. Não se registaram avanços. Catorze anos depois, surge novo estímulo para a concretização do equipamento.
“Estamos a dar um novo impulso ao projeto da zona industrial da Alva”, concorda Hermínio Rodrigues, que salienta também a importância da Zona Industrial do Casal da Areia e da Área de Localização Empresarial da Benedita, em fase de conclusão, para afirmar que a Câmara está “a criar condições de excelência para a instalação de novas empresas, atraindo investimento, criação de emprego e estímulo à nossa economia local”.