A regularidade com que os militares se deslocam a casa dos idosos motivam, regularmente, a criação de verdadeiras amizades. “Já vimos a casa deles tantas vezes que acabamos por criar relações de amizade e de carinho com os idosos que vamos acompanhando”, contava o cabo César Ferreira na viagem entre as residências que estavam planeadas visitar durante aquela tarde.
Mas foi mais longe. “Temos casos de idosos que nos ligam só para falar um bocadinho connosco”, acrescentava, revelando sentirem-se, por vezes, já parte da família daqueles idosos.
“Sabemos a importância que temos para eles”, analisava o alfeizerense, dando conta de que os idosos, por vezes, “ficam chateados porque as visitas acabam por durar pouco tempo”. “Temos vários casos identificados e temos de conseguir chegar a todos”, justificava também um dos mais antigos elementos da equipa da Secção de Prevenção Criminal e Policiamento Comunitário do Destacamento Territorial da GNR de Caldas da Rainha.
A relação torna-se, como é perceptível, mesmo familiar e, por isso, chegam com alguma frequência algumas ofertas simbólicas ao posto de Caldas da Rainha. “Há familiares que nos querem somente agradecer pelo acompanhamento que fazemos. Ouvem os pais e avós a falar muito bem de nós e fazem questão de nos agradecer”, sustentava, explicando que até ali chegar é um “processo de conquista de confiança” que demora algum tempo e que nem sempre é bem aceite. Mas quando é conseguido, então torna-se mesmo especial. Como se fossem os netos a irem visitar os avós de quem tanto gostam.
A mesma ideia fora partilhada pela cabo Catarina Campos: “a empatia que se cria logo no primeiro momento com a pessoa permite que, ao longo do tempo, se desenvolva uma amizade em que elas podem confiar em nós, onde podem desabafar. Para muitos a nossa visita é a única que têm e, por isso, ficam à nossa espera”, asseverou a militar que integra a equipa, composta por quatro elementos, há um ano e três meses.
Sobre a experiência com um tipo de trabalho diferente do habitual, e para o qual foi selecionada por ter o perfil adequado, a antiga militar do Posto de Peniche afirma ser uma “missão muito gratificante. A nível profissional, mas, também, a nível pessoal”.
A GNR indica conselhos que idosos devem seguir
- Mantenha as portas e janelas fechadas;
- Não deixe entrar pessoas desconhecidas sem ter a certeza de quem são;
- Se estiver sozinho(a) em casa não deixe que se apercebam;
- Não forneça informação sua a estranhos;
- Se sair de casa, vá sempre acompanhado;
- Circule em ruas bem iluminadas e movimentadas;
- Informe alguém de confiança quando sai de casa e de quando regressa;
- Não transporte quantias elevadas de dinheiro;
- Quando se ausentar por vários dias, avise a força policial da sua área de residência;
- Não deixe acumular correspondência postal;
- Guarde os objetos de valor num lugar seguro.