O passadiço iluminado vai dar as boas vindas na chegada ao Festival da Terra, que a Lagoa de Pataias volta a acolher, a partir de amanhã, este ano com uma versão aumentada e melhorada. Na abertura, às 18 horas, vai ouvir-se “Semente”, a música original composta especialmente para o festival.
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O evento cresceu, bem como a organização. “Este ano não somos só quatro malucos”, brinca Joana Manecas, do núcleo duro do Festival da Terra. O grupo criou, em janeiro, a “Da Terra – Associação para o Desenvolvimento Sustentável”, que assumiu a realização do evento e que conta com dez elementos entre os órgãos sociais. A esses juntaram-se, desde setembro do ano passado, outros voluntários para ajudar a pensar e construir o festival. “Somos um grupo de trabalho com várias equipas de voluntários, que são fundamentais”, resume Joana Pinto, presidente da Direção da associação.
Em vez de 50 participantes, haverá 90, entre expositores e facilitadores, bem como mais atividades e mais diversificadas, que, na segunda edição do festival, se estendem até ao final de noite de domingo, véspera de feriado. A melhoria na dimensão e oferta também se veem na fileira da alimentação. Haverá cinco “food trucks”, mais duas que o ano passado, a que se juntam duas bancas de comida, explica Nelson Cardeira, da organização. Os conceitos dominantes são o vegetariano e o vegan, mas há opções para todos os gostos.
Não obstante, sob a temática e sem complexos, o festival vai exibir o documentário “Carne – a pegada insustentável”, do eurodeputado Francisco Guerreiro, autor do primeiro documentário português – nomeado para vários prémios – a abordar a urgência de uma mudança nos padrões de alimentação da população mundial, privilegiando uma dieta de origem vegetal. Francisco Guerreiro também é esperado no Festival da Terra.
Como evento para a comunidade, o foco da organização são as relações entre gerações. Daí a panóplia de atividades do programa, feito a pensar nas diferentes faixas etárias, permitindo que crianças, jovens e adultos tenham, em simultâneo, diferentes experiências. “Houve a preocupação de ter eventos para diferentes públicos em cada bloco horário”, explica Inês Prata.
O evento, de comunhão com a natureza e o ambiente, conta com participantes de vários locais do País. Entre as dezenas de experiências possíveis no festival, algumas são especialmente originais – como a hortoterapia ou os sumos que cada um espreme pedalando numa bicicleta estática -, todas são inclusivas e várias são novas, como o espaço infantil permanente, a roda de olaria ou o workshop de empreendedorismo social.
Este ano vários participantes vão acampar também durante o evento no espaço preparado no pavilhão de Pataias, a escassos metros da Lagoa.
Há meses que a organização do festival lançou o desafio a várias instituições para confecionarem quadrados de 40X40 centímetros em crochê. Em resultado, a Universidade Sénior de Pataias, a Lanibel, a loja Joaquim Gordo, a Associação de Bem Estar e Tempos Livres da Martingança e várias pessoas a título individual confecionaram 300 peças em crochê. “Vamos ter duas áreas de sombra graças a isso”, elogia Joana Manecas, que enaltece o envolvimento da comunidade na causa “Da Terra”.