A emblemática Catedral Notre-Dame em Paris voltou a abrir portas, no passado dia 7, com uma cerimónia de inauguração que contou com a presença 35 chefes de estado e governo, entre as 1,5 mil pessoas que participaram no evento. O que poucos saberão é que a reconstrução do monumento envolveu a pedra da MVC – Portuguese Limestones, com sede na Ataíja de Cima.
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“Fomos uma das empresas que forneceu a pedra para a recuperação do altar, quer dos graus, como da parte superior. Só não fornecemos a pedra em preto, mas a pedra creme daquela zona foi toda produzida por nós”, explicou o gerente da empresa ao REGIÃO DE CISTER. Rogério Vigário detalhou ainda a quantidade de pedra Vidraço Moleanos Bege, que foi utilizada na Catedral Notre-Dame. “Fornecemos entre 60 a 70 toneladas de matéria-prima para esta empreitada, os degraus são maciços e pesam bastante”, elucida o empresário.
A oportunidade de abastecer uma obra com a dimensão da catedral francesa surgiu através de um parceiro em França da MVC – Portuguese Limestones, que “ganhou o concurso para realizar a empreitada”, recorrendo à colaboração da empresa, sediada na freguesia de Aljubarrota, para reconstruir “uma das áreas de maior simbolismo na catedral”.
O fornecimento de Vidraço Moleanos Bege para o prestigiado monumento reforça “a qualidade e a versatilidade do calcário português, por um lado, e abre perspetivas de mercado para a empresa do concelho de Alcobaça. “Temos feito muitas obras de referência, tal como outras entidades fazem, mas claro que participar num projeto desta envergadura abre sempre caminho para novas obras, sobretudo, para gabinetes de arquitetura que se interessam por isto e vão ver as empresas que estiveram envolvidas”, explica Rogério Vigário, acrescentado que o envolvimento na recuperação da Catedral de Notre-Dame pode “não dar frutos já em 2025, mas posteriormente em 2026 ou 2027”.
A MVC – Portuguese Limestones tem participado em empreitadas de enorme relevo a nível mundial, como hotéis e casas de luxo nos Estados Unidos da América e em outros países do mundo, mas o projeto da reconstrução da Catedral Notre-Dame acaba por ter uma visibilidade diferente. “É uma daquelas obras com muito impacto na Europa porque é um espaço religioso histórico, com muito simbolismo e quando alguma coisa acontece para o bem ou para o mal tem sempre muita visibilidade. O incêndio foi muito mediático tal como a reconstrução do monumento também foi”, nota o gerente.
Rogério Vigário mostrou-se orgulhoso por participar na recuperação da Catedral Notre-Dame, que, recorde-se, foi tomada por um incêndio de grandes dimensões a 15 de abril de 2019, que destruiu uma grande parte do edifício classificado como Património Mundial da Unesco, procurado por milhões de visitantes.