O pataiense Marco Melo sagrou-se campeão mundial no Campeonato Mundial de Ornitologia, que decorreu em Santa Maria da Feira no final de janeiro.
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O criador arrecadou o 1.º lugar na categoria de Canários Yorkshire, tendo ainda alcançado dois segundos lugares e um terceiro lugar com outras espécies de canários.
Marco Melo começou há dois anos, por brincadeira e desafiado por amigos, com um casal de aves. Hoje tem 400 exemplares de canários de porte, aos quais dedica em média três a quatro horas por dia.
O criador nas horas vagas é pescador profissional, a partir do Porto da Nazaré, e trabalha durante a noite e madrugada. Parte do tempo livre durante o dia é passado nas três divisões da casa que estão agora afetas às centenas de canários. São muitas as preocupações para criar os melhores exemplares.
Nas competições contam aspetos como a plumagem ou o equilíbrio da ave. “Claro que a água e a comida são importantes”, refere o criador, que prefere não partilhar o segredo do sucesso das suas aves.
“É precisa muita dedicação”, prefere dizer o pataiense, que se desdobra nas mais variadas tarefas: “É preciso limpar gaiolas, alpista, água e trocar os ovos”, resume o criador. O passatempo custa-lhe uma média de 70 euros por mês só em comida, valor a que Marco Melo acrescenta as pesadas despesas de eletricidade. Afinal “os canários têm de ter 14 horas de luz artificial por dia”, a que se junta a necessidade de ter desumidificadores nas divisões.
Na competição internacional, contribuiu para as 375 medalhas de ouro atribuídas a Portugal. No total, o País arrecadou 864 medalhas, conquistando, pela primeira vez, o segundo lugar por países, atrás de Espanha.
Em prova estiveram quase 3 mil de criadores de aves de todo o mundo, num total de 22 países, que levaram a concurso mais de 20 mil pássaros.
A maioria era canários, mas também competiram periquitos, papagaios, catatuas e araras. Em declarações à imprensa, o presidente da Federação Ornitológica Nacional Portuguesa e da Confederação Ornitológica Mundial, Carlos Ramoa, considera que “a confiança que é depositada no país e nas instituições ornitológicas portuguesas significa um reconhecimento de competência a todos os níveis, desde a hospitalidade até à organização”.
Para o dirigente, Portugal é “uma referência a nível mundial, quer na criação e seleção dos animais, no cumprimento das regras sanitárias e desportivas, quer ainda na disponibilização de espaços e serviços que permitem a estes eventos atingir os objetivos previstos”.
No próximo ano, será a Bélgica a receber a 73.ª edição do evento.