Sexta-feira, Abril 26, 2024
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Filipe Faria: “Queremos fazer melhor do que na época passada”

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Na época de retorno à Lizsport Divisão de Honra, o Alq. Serra alcançou o 5.º lugar no campeonato. O REGIÃO DE CISTER falou com o técnico Filipe Faria (ex-Ginásio), que abordou a época passada, definiu objetivos e falou do “regresso” ao Municipal de Alcobaça, no qual esteve durante 18 anos.

Na época de retorno à Lizsport Divisão de Honra, o Alq. Serra alcançou o 5.º lugar no campeonato. O REGIÃO DE CISTER falou com o técnico Filipe Faria (ex-Ginásio), que abordou a época passada, definiu objetivos e falou do “regresso” ao Municipal de Alcobaça, no qual esteve durante 18 anos.

REGIÃO DE CISTER (RC) > O 5.º lugar alcançado na época passada era o desejado?

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FILIPE FARIA (FF) > Na fase inicial, quando projetámos a época, a nível de equipa técnica, idealizámos ficar nos primeiros três ou quatro lugares, o que nos motivou a recrutar 12 jogadores. No entanto, depois de conhecermos o plantel das restantes equipas, considero que ficar no 5.º lugar foi muito bom, e acima de tudo, foi positivo para uma equipa que ascendeu da 1ª Divisão distrital para a Divisão de Honra.

RC > E o que lhe propuseram quando chegou ao Alq. Serra?

FF > A proposta foi a manutenção. O presidente manifestou o desejo que fizéssemos uma época tranquila e que a equipa ficasse nos dez primeiros lugares.

RC > Qual é o balanço que faz da época? 

FF > Naturalmente, é um passo muito grande para quem sobe da 1.ª Divisão distrital para a Divisão de Honra, assim como da Divisão de Honra para o Campeonato de Portugal. No início tivemos um campeonato muito difícil dado que jogámos contra algumas das equipas mais fortes. Depois com o tempo acabámos com um momento de forma muito positivo, uma vez que nos últimos sete jogos ganhámos seis e chegámos ao 5.º lugar, que foi a grande meta de grupo. Lembro-me que no início da época ficaram nove jogadores e fomos buscar 12, sendo que articular um novo treinador numa equipa nova leva sempre o seu tempo. Quero também salientar, pela positiva, os sócios e adeptos do clube que nos acompanham. O Alq. Serra é o clube de uma aldeia em que as pessoas vivem muito o futebol e estão muito presentes, quer nos treinos quer nos jogos. As pessoas vão ao futebol porque gostam e não apenas porque na equipa está um familiar a jogar. 

RC > A questão do “jogo da mala” referente à última jornada da Lizsport Divisão de Honra suscitou alguma controvérsia. Como comenta a situação?

FF > Uma coisa posso garantir: ninguém falou connosco para ganharmos ou perdermos, nem agora nem nunca. Nós tínhamos o objetivo de ganhar para ficar em 5.º lugar. Fizemos alguma gestão do plantel, porque já estávamos na parte final e queríamos dar oportunidade aos que jogaram menos, mas isso era uma gestão que já vinha a ser feita. Pessoalmente, até me custou ver os jogadores adversários no fim do jogo. Nós fizemos o nosso trabalho que era vencer. Quanto aos outros não temos nada que ver com isso. A nível distrital acho que isso não acontece.

“O Alq. Serra tenta contratar mais na zona de Leiria e Fátima, apesar de o Ginásio ter jogadores com muita qualidade”

RC > De que forma o clube tenta recrutar jogadores dado que não está nos grandes “centros”?

FF > Confesso que inicialmente tinha a ideia de que o clube ficava mais distante dos “grandes centros”. Infelizmente, não temos possibilidade de pagar muito, mas procuramos oferecer outras coisas para “cativar” os jogadores. Nomeadamente, em termos de pagamento, é tudo rigorosamente cumprido pelo presidente. Nos dias definidos para pagamento, todos recebem o que foi acordado. Depois há também o trabalho feito pela equipa técnica, que tenta promover os jogadores para outros patamares. 

RC > E recrutar no Ginásio é uma hipótese? 

FF > Quando saí do Ginásio sabia que alguns jogadores queriam sair e acabei por levar comigo sete jogadores (Ângelo, Serginho, Cerejo, David, Leandro, Pedro Domingues, Duarte), que sendo da zona de Leiria não foi muito difícil que aceitassem. Mas agora não. O Alq. Serra tenta contratar mais na zona de Leiria e Fátima, apesar de o Ginásio ter jogadores com muita qualidade.

RC > O plantel está fechado?

FF > Antes do último jogo da época, com o Beneditense, já todos os jogadores sabiam quem é que a equipa técnica pretendia que continuasse e com quem não contava. Quase todos quiseram ficar e renovaram de imediato. Depois fomos buscar os jogadores que ainda podiam acrescentar valor. Neste momento o plantel está praticamente fechado. 

RC > O Campeonato de Portugal é um objetivo para um futuro próximo?

FF > O objetivo do Alq. Serra é ter uma equipa que todos os jogos lute pela vitória, consolidando a sua posição na Divisão de Honra. Até porque o Campeonato de Portugal é outra realidade e outro orçamento. Neste momento, pela diferença de valores entre uma competição distrital e nacional penso até que nenhuma equipa de Leiria pretende subir. O orçamento tem que ser muito superior e as equipas não estão em condições para o conseguir, tanto que a maior parte das equipas que sobem na época seguinte acabam por descer. Um orçamento de menos de 150 mil euros não é suficiente para a manutenção no nacional.

RC > Teve propostas para sair?

FF > Este ano curiosamente tive cinco convites, dois da 1.ª Divisão distrital, dois da Divisão de Honra e um do Campeonato de Portugal,  mas a partir do momento em que dei a minha palavra ao clube assumi o projeto a 200%.

“Estive no Ginásio 18 anos. Adoro o clube, do qual sou sócio pagante, e acredito que me ajudou muito na minha formação como treinador e como pessoa”

RC > Quais são os objetivos para a nova temporada?

FF > Naturalmente, queremos sempre o 1.º lugar. Mas este campeonato vai ser muito difícil. Pelas equipas que se estão a formar penso que vai haver muitas equipas a lutarem pelos lugares cimeiros, e poucas a quererem apenas a manutenção. Vai ser muito equilibrado. Depois é uma questão de ver quem consegue começar melhor o campeonato. Se a época passada conseguimos a 5.ª posição, para a próxima temporada queremos, pelo menos, fazer melhor.

RC > Como é que foi voltar ao Ginásio, desta feita como adversário?

FF > Vir ao Municipal é um sentimento agridoce porque, se por um lado revejo pessoas de quem gosto e com as quais convivi muito tempo, por outro também quero ganhar a todo o custo. Estive no Ginásio 18 anos. Adoro o clube, do qual sou sócio pagante, e acredito que me ajudou muito na minha formação como treinador e como pessoa. Pelo clube conquistei campeonatos de iniciados, juvenis, juniores e seniores. 

RC > E voltar ao Ginásio é uma hipótese na sua carreira?

FF > Um dia talvez. Eu gosto do clube e sou grato pelos anos que lá estive e pelo trabalho que consegui desenvolver.

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