Por estes dias, certamente, já se terá cruzado no trânsito das ruas da Nazaré com o tuk tuk conduzido por António Fialho. O nazareno, que se viu desempregado depois de 16 anos a trabalhar como fiscal de construção civil nos Açores, viu na beleza natural da vila uma oportunidade para levar os “palecos” a passear em três rodas.
Por estes dias, certamente, já se terá cruzado no trânsito das ruas da Nazaré com o tuk tuk conduzido por António Fialho. O nazareno, que se viu desempregado depois de 16 anos a trabalhar como fiscal de construção civil nos Açores, viu na beleza natural da vila uma oportunidade para levar os “palecos” a passear em três rodas.
“A reabertura do Farol da Nazaré [Forte de São Miguel Arcanjo] e o sucesso em Lisboa foram fatores decisivos para avançar com o projeto em 2015”, explica António Fialho, que adquiriu o veículo e preparou todo o percurso turístico, “com os segredos mais bem guardados”.
Entre o ponto de partida e o ponto de chegada, o “tuki tuki” da Nazaré faz paragens no Farol, com direito à oferta do bilhete de entrada, no Sítio, na Pederneira e no Porto de Abrigo. “Cada viagem é uma viagem, faço o percurso conforme o interesse das pessoas”, garante. A viagem pode demorar uma hora e meia ou apenas meia hora. O bilhete, que “só paga se gostar do passeio”, varia entre os 15 e os 40 euros. Um negócio que tem atraído muitos emigrantes e estrangeiros a sentar-se no banco do tuk tuk, especialmente na época balnear. “Não quero fazer qualquer concorrência aos táxis, nem ao Elevador, nem a ninguém. Este é, acima de tudo, um negócio de contemplação. Para os clientes e para mim”, afiança o nazareno, de 58 anos, que faz uma média de cinco viagens por dia.
Com o aumento do turismo da região, as alternativas de transportes turísticos são cada vez mais. Também o nazareno Rui Zarro decidiu aliar o útil ao agradável, criando a Naturumm. É uma das poucas empresas do distrito que se dedica à organização de passeios 4×4, abriu portas em 2015 e tem à disposição dos clientes sete viaturas UMM , uma marca criada pela União Metalo-Mecânica e que deixou de ser produzida em 2006. Por apenas 40 euros, o Trilho das Areias contempla um passeio entre a Praia do Norte e São Pedro de Moel, com uma visita ao Poço do Inglês, considerado o “Santuário” do todo-o-terreno do País. Pelo mesmo preço, os aventureiros podem optar pelo Trilho da Serra da Pescaria, “o mais cobiçado”, que inclui percursos off-road e on-road com uma vista única da praia da Nazaré, vista de São Gião. O Sunset Tour é reservado a uma visita à Nazaré, passando pelo Caminho Real e pelo Sítio.
“Em dois anos ter 125 avaliações no TripAdvisor como excelentes é reflexo do sucesso do projeto”, diz o nazareno, que abdicou da advocacia para se dedicar aos passeios turísticos. Os estrangeiros continuam a ser os principais aventureiros (70%), mas os emigrantes (25%) e os portugueses (5%) tem vindo a mostrar mais interesse neste negócio. O verão é, claro, a época de mais trabalho e os números não enganam: em média, de junho a setembro, Rui Zarro faz cinco passeios por semana, que podem demorar cinco horas cada um, e nos restantes meses do ano o número é de um por semana.
Também o comboio turístico tem feito as delícias aos veraneantes de São Martinho do Porto. Patrick Silva, que o conduz, faz cerca de 12 voltas por dia. A viagem inclui três paragens e cada uma tem capacidade para levar 44 pessoas. “É uma aposta ganha para a animação da vila e para o negócio”, assegura. O bilhete custa 2,5 euros para adulto e 2 euros para crianças.
A oferta na região é vasta, não fique é a vê-los passar sem dar, pelo menos, uma voltinha.