Álvaro Laborinho Lúcio defende a realização de um “estudo académico” para perceber a identidade e a cultura da Nazaré.
Álvaro Laborinho Lúcio defende a realização de um “estudo académico” para perceber a identidade e a cultura da Nazaré. A proposta do antigo ministro da Justiça foi apresentada num colóquio sobre o futuro da cultura nazarena, que decorreu no Centro Cultural da Nazaré, no âmbito de uma iniciativa inserida na programação da 42.ª edição da Feira do Livro da Biblioteca da Nazaré.
O antigo ministro da Justiça refere que a Nazaré é “ela própria pela sua história e identidade”. No entanto, e apesar de saber qual a “verdadeira identidade da Nazaré”, não a sabe explicar. Por isso, o nazareno defende a importância de tornar a Nazaré “num espaço de investigação académica para a leitura da identidade nazarena”.
Ainda durante o colóquio, o jurista lamentou a “falta de massa crítica” na vila piscatória. “Temos de evitar o conservadorismo e ser absolutamente críticos na aceitação da modernidade e da representação da cultura nazarena”, argumentou o ministro de Cavaco Silva entre 1990 e 1995.
Nélson Quico e Sara Vidal também participaram no debate e, à semelhança de Laborinho Lúcio, ambos consideraram que é preciso modernizar a cultura nazarena. No entanto, isso não significa “esquecer as raízes e a identidade”. “A cultura nunca se perde, transforma-se”, garante Nélson Quico, que apresentou a organização de um festival internacional de folclore ligado ao mar, a sensibilização das camadas mais jovens para a cultura nazarena e a criação de um centro de preservação e divulgação da cultura nazarena como propostas para dinamizar o setor no concelho. Já Sara Vidal considera que a educação de públicos “tem de ser uma prioridade” para todo o País, uma vez que é uma “questão geracional e de futuro”.
O que todos os participantes na iniciativa da Biblioteca da Nazaré têm em comum é a noção de que a cultura deve funcionar como motor dinamizador de uma comunidade e como dinamização turística e, sobretudo, que o investimento em cultura “nunca é desperdício”.