O segredo para confecionar uma boa refeição está na arte de saber conjugar aromas, cheiros e sabores. Mas há uma base científica. São esses conhecimentos técnicos que o Centre for Food Education Research (CFER), um projeto fundado pelo alcobacense Daniel Abegão, quer divulgar junto do público geral. O jovem cientista pretende promover “uma partilha de experiências à volta da mesa” e a paixão pela boa comida e bebida. À boa moda portuguesa.
O segredo para confecionar uma boa refeição está na arte de saber conjugar aromas, cheiros e sabores. Mas há uma base científica. São esses conhecimentos técnicos que o Centre for Food Education Research (CFER), um projeto fundado pelo alcobacense Daniel Abegão, quer divulgar junto do público geral. O jovem cientista pretende promover “uma partilha de experiências à volta da mesa” e a paixão pela boa comida e bebida. À boa moda portuguesa.
O projeto reúne cientistas alimentares, analistas sensoriais, agricultores e chefs e tem o objetivo de dinamizar ações de formação de comida e bebida para técnicos da área mas, também, para qualquer pessoa que tenha interesse em aprender a “harmonizar” receitas gastronómicas com vinhos, cervejas, bebidas destiladas e chás. Uma dessas formações vai funcionar em parceria com a Cooperativa Agrícola de Alcobaça para ensinar a fermentar cidra de Maçã de Alcobaça. “A região é muito forte na fruticultura e especialmente na fruta e como alcobacense quero ajudar a nutrir a região deste conhecimento”, refere o cientista em declarações ao REGIÃO DE CISTER.
Entre Carrascal e Valado dos Frades, Daniel Abegão tem uma ligação à terra, através dos avós, desde muito cedo. Mas o contexto académico e científico é uma “grande mais valia” para o CFER, que aposta “em muito mais do apenas numa prestação fria de serviços de formação”. Porque afinal, confirma o cientista, a ideia de que a comida feita com carinho sabe sempre melhor é mesmo verdade e tem explicações científicas.
Depois de terminar a licenciatura em Bioquímica na Universidade de Coimbra, deparou-se com um problema que atormenta uma boa parte dos jovens. “É mesmo isto que quero fazer”, questionava-se. “Tive de ser verdadeiro comigo mesmo e decidi fazer uma pausa de um ano”, conta o jovem.
O alcobacense ajudou a implementar uma cultura de vinhos na Suécia durante cinco meses e foi começando a encontrar, no setor alimentar, a “paixão” que lhe faltava no mundo académico. Não se ficou por aqui e depois de vários projetos de consultoria, investigação e desenvolvimento e até de produção de cerveja artesanal com um grupo de amigos alcobacenses.
O jovem tem dificuldades em eleger o prato favorito ou a bebida preferida. “Sou um rapaz simples, não sou esquisito mas gosto de comer bem”, admite Daniel Abegão, que consegue retirar partido tanto da experiência do “fine dining” que pode custar centenas de euros por pessoa como de uma “qualquer tasca típica da região”.
Tem o curso profissional de cozinha, frequentou alguns dos melhores cursos mundiais de análise de bebidas, faz o próprio pão e produz azeite na quinta dos avós no Carrascal. Rejeita o “título” de sommelier que, por vezes, lhe atiram em tom de brincadeira. Mas não devem haver muitos jovens com os conhecimentos práticos e científicos para confirmar que “comer também pode ser uma experiência sensorial”.