Apesar dos excessos de alguns pais, os encontros de traquinas ainda não carecem de policiamento. Mas se a lei fosse alterada o Beneditense estaria “dispensado” de fazer a requisição para os jogos a equipa B do clube, dado que o treinador é, também, o comandante da GNR da Benedita.
Apesar dos excessos de alguns pais, os encontros de traquinas ainda não carecem de policiamento. Mas se a lei fosse alterada o Beneditense estaria “dispensado” de fazer a requisição para os jogos a equipa B do clube, dado que o treinador é, também, o comandante da GNR da Benedita.
Joselito Campos já tinha por hábito ensinar alguns truques de futebol aos filhos, Tomás e Leonardo, mas quando se decidiu por inscrever os gémeos no Beneditense o interesse pelo treino foi crescendo. Daí até se inscrever no curso de nível I da AF Leiria e dar ordens a partir do banco foi um passo.
“Conheço o presidente do clube, Luís Lopes, e comentei com ele que estava a pensar inscrever-me no curso. Curiosamente, ele achou piada e convidou-me para colaborar com uma equipa de formação. Como tinha os meus filhos no clube nem pensei duas vezes”, recorda o míster, que nasceu em Coimbra e chegou em 2005 à GNR de Alcobaça, cidade que escolheu para viver. Depois de seis anos em Alcobaça, concorreu ao curso de sargentos, terminou o curso e esteve um ano em Fátima e meio ano em Alcobaça como adjunto até ser desafiado para liderar o posto da Benedita.
Mas a pergunta impõe-se: a experiência como militar ajudou-o a enquadrar a atividade de treinador num escalão tão precoce? “Sem dúvida, sobretudo ao nível do rigor. Expliquei-lhes desde o início qual o meu método de treino, porque se tivermos organização e disciplina tudo se torna mais fácil. E está a resultar. Inicialmente eles apenas vinham treinar e agora até me ajudam a colocar as balizas”, conta, entre sorrisos, Joselito Campos, cujos filhos tecem elogios aos métodos de trabalho do treinador.
“É fixe ter o pai como treinador. Ele treina bem. Às vezes treina uns exercícios um pouco seca, mas gosto que ele seja treinador. Ajuda-nos a sermos melhores e quando nós estamos a jogar ele grita por nós”, comenta Leonardo, de 7 anos, “mais velho um minuto!” que o mano Tomás, que concorda com a análise: “Antes já nos treinava em casa e jogava connosco. Ensinou-nos a fazer passes e remates e essas coisas todas e é fixe tê-lo como nosso treinador.”.
Também o “capitão” da equipa de traquinas B do Beneditense faz uma análise positiva ao técnico. “É um bom treinador. Diz-nos para receber a bola com a parte interna e prontos… Só ralha de vez em quando”, remata Lucas Costa.
Para o treinador/comandante a experiência “está a ser ótima”. “Pela minha profissão lido com todos os cidadãos e as crianças são mais moldáveis. Os meninos chegam ao treino e cumprimentam-me, alguns com um abraço”. Maior vitória não pode haver.