Sábado, Julho 27, 2024
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Luís Lopes: “Saio do clube com obra feita”

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De saída da Direção do Beneditense após quase duas décadas de funções, Luís Lopes diz que sai do clube com “mágoa”, porque, diz, “é como um casamento que acaba”. Contudo, ressalva o facto de sair com o sentimento de “dever cumprido”. Ao REGIÃO DE CISTER, o ex-dirigente fez um balanço sobre os anos em que esteve em funções.

 

De saída da Direção do Beneditense após quase duas décadas de funções, Luís Lopes diz que sai do clube com “mágoa”, porque, diz, “é como um casamento que acaba”. Contudo, ressalva o facto de sair com o sentimento de “dever cumprido”. Ao REGIÃO DE CISTER, o ex-dirigente fez um balanço sobre os anos em que esteve em funções.

REGIÃO DE CISTER (RC) > Porque é que não se recandidatou?
LUÍS LOPES (LL) > Entendo que chegou a altura de sair. O meu trabalho estava quase finalizado. E também devido ao facto de os seniores terem descido de divisão. 75% da decisão teve que ver com isso. 

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RC > O que é que deixou feito para o futuro?
LL > O sintético, que foi inaugurado a 11 de setembro de 2010, o investimento feito nos balneários, há dois anos, e que no distrito de Leiria, à exceção do Municipal de Leiria, é provavelmente dos melhores. Se havia coisa que me dava prazer era as pessoas dos outros clubes deslocarem-se ao Parque de Jogos Fonte da Senhora e ouvir conversas em que diziam que o Beneditense tem condições espetaculares. Saio do clube com obra feita, por isso estou tranquilo.

RC > Sai do clube com dívidas?
LL > Sim, saio com dívidas a alguns treinadores e fornecedores. Contudo, não são valores elevados e não é nada que seja anormal no contexto deste tipo de clubes.

RC > O que é que ficou a faltar fazer?
LL > Há sempre coisas que ficam por fazer, mas nestes clubes é sempre complicado. Não basta ter a ideia e querer fazer, é preciso que também existam apoios e condições. Gastámos quase 30 mil euros nos balneários e tivemos apenas o apoio da Câmara de Alcobaça e da Federação Portuguesa de Futebol, em que nos candidatámos a um apoio e recebemos 10 mil euros.

RC > Ainda assim, acredita que há ligação entre o clube e o “tecido empresarial” da Benedita ? 
LL > Sim, 95% das vezes que pedimos apoios às empresas fomos correspondidos. O problema está na mão-de-obra. As pessoas já não estão ligadas ao associativismo. 

RC > E os adeptos apoiam o clube da mesma forma que antigamente?
LL > Os adeptos estão lá. Até há pouco tempo o clube tinha apenas uma Taça distrital, e quando conquistámos duas nas últimas três temporadas isso refletiu-se. Mas o Beneditense são as camadas jovens. Quando entrámos em funções, em 2002, a primeira proposta que tínhamos era acabar com o futebol sénior, porque não tínhamos condições. Nos jogos fora tinham de ser os colaboradores a levar os jogadores e, entre todos, pagavam o almoço à equipa…

RC > Por que razão o clube não teve juvenis esta época?
LL > Na Benedita o futsal está mais forte e basta que um jogador mais influente saia para a modalidade para que outros tomem a mesma decisão. Não havia condições para a criação de um plantel, mas na próxima época o clube volte a ter o escalão, para que mais tarde possam chegar a seniores.

RC > Como fazia a gestão do plantel sénior?
LL > Apostando na formação. Esta temporada o plantel tinha 26 jogadores inscritos e 20 eram da formação, sendo que há sete épocas que o clube não paga ordenados a qualquer atleta. Existe um prémio de jogo, em caso de vitória, para os 18 convocados e o clube apoia os jogadores que estudem fora da zona.

RC > E como geriu o facto de a Catarina Lopes, sua filha, assumir o comando da equipa sénior?
LL > A ideia não surgiu de mim. A Catarina foi convidada pela Direção e aceitou o desafio. Cheguei a ouvir e ver algumas coisas menos positivas, mas foram situações que esquecia no dia seguinte.

RC > É possível que se volte a recandidatar à presidência?

LL > Neste momento estou disposto a continuar a colaborar com o clube e com a nova direção no que me solicitarem. Recandidatar-me apenas se for preciso

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