Sexta-feira, Maio 9, 2025
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Padaria Lérias: um século de história de fabrico de pão

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Foi em 1898 que a história desta “Casa com história” começou a ser escrita. Os bisavós dos atuais responsáveis abriram a padaria, em Turquel, fabricando pão e fazendo a distribuição com um burro. Volvidos 121 anos, a Padaria Lérias é uma referência no setor e na região.

 

Foi em 1898 que a história desta “Casa com história” começou a ser escrita. Os bisavós dos atuais responsáveis abriram a padaria, em Turquel, fabricando pão e fazendo a distribuição com um burro. Volvidos 121 anos, a Padaria Lérias é uma referência no setor e na região.

Nos primeiros tempos do negócio, a mãe dos atuais gerentes, quando era criança, subia para cima do burro, “sem ser capaz de descer ou de subir sozinha”, com a curiosidade de o burro já saber o caminho de cor. “Todos tiravam o pão, toda a gente a conhecia e lhe pagava”, conta Ana Luís, relembrando as histórias que a família lhe conta. Foram os bisavós de Ana Luís, que gere o negócio juntamente com o irmão, Pedro Luís, que estrearam o setor do fabrico de pão na região. “Não havia padarias próximas, praticamente em toda a freguesia da Benedita”, notou. Por essa razão, quando o País atravessou anos difíceis, como o pós Segunda Guerra, muitas famílias deslocavam-se de longe a pé para comprarem pão. A farinha era racionada e não podiam vender pão a quem não tivesse as senhas obrigatórias para a compra. Mas os mais necessitados, muitos de famílias numerosas, entravam pelas traseiras da padaria e “compravam” o pão. 

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Hoje em dia o pão continua a ser elemento essencial das mesas das famílias. Razão pela qual, a Padaria Lérias continua a fazer o pão caseiro e os doces, que cativam gerações atrás de gerações. A comerciante confirma: “hoje atendo pessoas que, quando  nasci, já vinham cá. Desde criança que me lembro deles e eles lembram-se da minha mãe quando era criança. Vinham com os pais, ainda crianças, e hoje vêm com os filhos. É uma tradição cá em casa. Os clientes vêm, também eles, de geração em geração”.

E o que os cativa tanto? O pão confecionado no forno, de forma artesanal, os doces regionais e outras doçarias. Também os doces festivos são um ponto forte da variada oferta. “Há pessoas que vêm só no Natal e que são de longe”, confessa. A razão? Os fritos, como os sonhos, filhoses, coscorões e azevias, são feitos para comer e chorar por mais. Mas o atendimento personalizado também é uma marca da casa: conhecem os clientes pelo nome e trocam sempre dois dedos de conversa. 

Para dar resposta à procura também têm um balcão na Benedita, além da habitual distribuição. No total, emprega cerca de 15 funcionários, entre os que metem as mãos na massa e os restantes. Estão abertos todos os dias, até na manhã do dia de Natal e do dia de Ano Novo. Contudo, para Ana Luís não se trata de ter mais ou menos movimento. “Assistimos a uma alteração de comportamentos: há uns tempos tínhamos clientes que vinham só duas vezes por semana e compravam muito pão de uma vez e agora temos clientes que vêm duas vezes por dia”.

“É compensador atender essas pessoas que vinham sempre, e que continuam a vir. E nós vemos que também temos um papel importante para eles”, acrescentou. Talvez seja esse o segredo do seu pão.

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