As gentes da Nazaré têm nos genes o gosto pelo peixe, mas quem vem de longe também não abdica de uma boa sardinhada no verão ou de um belo robalo no inverno. A Peixaria da Eduarda, que abriu portas há 28 anos, na Rua António Carvalho Laranjo, na Nazaré, é, por isso, local de paragem obrigatória para nazarenos e palecos… todos os dias.
As gentes da Nazaré têm nos genes o gosto pelo peixe, mas quem vem de longe também não abdica de uma boa sardinhada no verão ou de um belo robalo no inverno. A Peixaria da Eduarda, que abriu portas há 28 anos, na Rua António Carvalho Laranjo, na Nazaré, é, por isso, local de paragem obrigatória para nazarenos e palecos… todos os dias.
“Há clientes que vêm aqui todas as manhãs comprar o peixe para fazer o almoço ou o jantar”, conta ao REGIÃO DE CISTER Eduarda Veríssimo, que deu também nome ao espaço quando “saiu das saias da mãe” para abrir o próprio negócio. “Toda a minha vida estive ligada ao peixe. A minha mãe desde muito cedo vende peixe no mercado em Alcobaça”, conta a comerciante, de 58 anos, que aposta na qualidade em vez da quantidade.
“O peixe que vendo aos meus clientes é exatamente o peixe que como em casa, por isso é que a casa tem mantido as portas abertas há tanto tempo” destaca a nazarena, enquanto dá um saco a uma das clientes habituais. É que nesta casa onde o peixe é rei, há quem se sirva sozinho e no final deixe o dinheiro em cima do balcão.
Mas, a casa diferencia-se ainda por outros detalhes. “Quando não está cá ninguém, há pessoas que me ligam para virem buscar peixe e digo-lhes para pedirem a chave no restaurante em frente e irem lá buscar o que precisam”, confidencia Eduarda Veríssimo, ressalvando que estes casos são exclusivos a clientes muito especiais. “Não é todos os dias que o fazem, mas tenho algumas pessoas em quem confio muito e que permito que entrem na peixaria sem eu estar aqui”, afirma a nazarena. “Há quem se sirva e deixe logo o pagamento e há outros clientes com quem acerto contas depois”, acrescenta.
A comerciante abre as portas de manhã no inverno e à tarde desloca-se à Lota de Peniche para ir buscar o “melhor peixe”, mas no verão os dias tornam-se mais longos. “É das 6:30 horas da manhã até à hora que for necessário”, descreve a peixeira, adiantando que nessa época do ano toda a família trabalha no espaço. “Aos fins de semana a minha mãe e as minhas duas filhas vêm para aqui ajudar-me porque não há mãos a medir”, relata a nazarena, contando que o negócio se tem mantido de uma forma regular.
“O peixe é um bem de primeira necessidade e por isso não se sente tanto a crise a nível de vendas”, diz, confidenciando que muitos clientes preferem pagar mais para ter um peixe de boa qualidade para cozinhar. E nem os estrangeiros são problema. “Como não sei falar inglês chamo o gerente do restaurante em frente para me auxiliar”, graceja a comerciante. “Tudo se vende”
Em abril, o espaço vai sofrer obras de remodelação, mas Eduarda Veríssimo deixa uma promessa aos clientes de sempre: “o peixe de boa qualidade vai continuar a ser a referência”.