Os primeiros hóspedes do hotel de luxo no Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça poderão ocupar os aposentos da unidade hoteleira no ínicio do verão do próximo ano, revelou ao REGIÃO DE CISTER o administrador da Visabeira Turismo, Jorge Costa.
Os primeiros hóspedes do hotel de luxo no Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça poderão ocupar os aposentos da unidade hoteleira no ínicio do verão do próximo ano, revelou ao REGIÃO DE CISTER o administrador da Visabeira Turismo, Jorge Costa.
Na melhor das hipóteses, a obra vai resvalar mais de um ano no prazo de execução devido a “imprevistos comuns” de uma intervenção feita num monumento classificado como Património Mundial. Foi o caso da descoberta de uns fornos de fundição de sinos no local onde estava inicialmente prevista a construção de uma piscina e do spa, obrigando a uma grande alteração no projeto. “Ainda há infraestruturas a ser feitas por causa dessas mesmas vicissitudes, mas há outras que já estão muito avançadas, perto da fase dos acabamentos”, adianta Jorge Costa, para quem é expectável a afluência de turistas ao hotel no Mosteiro no final da primavera, nem que seja em “soft opening”.
Num projeto que deverá rondar os 18 milhões de euros (a previsão era de 15 milhões) e que tem assinatura do arquiteto Souto de Moura, o grupo Visabeira vai recuperar o claustro do Rachadouro, cuja degradação se acentuou nos últimos 15 anos, desde que ali deixou de funcionar o Asilo da Mendicidade de Lisboa.
“Este projeto tem todas as condições para ser único e especial. Por um lado, está inserido num edifício que é Património Mundial, por outro tem um arquiteto que é uma referência a nível mundial”, defende o administrador da Visabeira Turismo, admitindo que “será quase impossível não ser um projeto que orgulhe a cidade de Alcobaça”.
Para que tal aconteça, tudo está pensado ao pormenor. “É fundamental que haja uma ligação à cultura e à realidade da região”, sublinha Jorge Costa, explicando que o hotel de cinco estrelas terá uma forte vertente cultural e de lazer, numa lógica de proximidade com a comunidade. Será comum, por isso, aos hóspedes e visitantes encontrar elementos como a doçaria conventual, a gastronomia, a louça de Alcobaça, o cristal – por via da Atlantis, unidade do Grupo Visabeira localizada no Casal da Areia – em vários espaços do hotel.
A par do lazer, o segmento empresarial será outro dos nichos a explorar pelo Grupo Visabeira através do acolhimento de eventos. ”Será um privilégio para uma empresa reunir no espaço da antiga biblioteca do Mosteiro, saborear a gastronomia local numa refeição servida no nosso restaurante e poder usufruir de outros espaços do hotel”, elenca o administrador da Visabeira Turismo. E se, por um lado, “os eventos empresariais serão importantes para a viabilidade do hotel”, por outro, “poderão fomentar a economia local”.
Está ainda pensada a criação de uma espécie de galerias comerciais, com a criação do que Jorge Costa chama de “pop-ups”, ou seja, pequenos pontos de venda temporários de artesanato e outros produtos da região. “Os hotéis que estão localizados no centro da cidade só ganham em estar integrados na comunidade. Esta abertura do espaço à comunidade é fundamental”, sublinha o administrador.
A recuperação do Jardim do Obelisco é um processo que está também em curso, em conjunto com a Direção-Geral do Património Cultural, com vista à sua abertura à comunidade. “É fundamental que o processo avance. O hotel vai ser uma peça importante para o jardim e vice-versa”, considera Jorge Costa, prevendo que a obra do hotel esteja concluída ao mesmo tempo da requalificação do Jardim do Obelisco, assim como as obras da zona envolvente, nomeadamente da entrada junto à rotunda.
Considerando que “não foi ao acaso” o facto de o Grupo Visabeira ter sido o único a concorrer ao concurso público internacional, o porta-voz do grupo admite que depois do hotel pronto há outro trabalho por fazer: tornar Alcobaça numa cidade onde as pessoas ficam mais tempo: “Temos de criar estratégias, em conjunto com o município e o turismo, para aumentar a estadia média”.