Nas últimas semanas, os holofotes do desporto viraram-se para Itália, mais precisamente para o Giro, uma das três maiores corridas do calendário anual do ciclismo.
Nas últimas semanas, os holofotes do desporto viraram-se para Itália, mais precisamente para o Giro, uma das três maiores corridas do calendário anual do ciclismo.
Rúben Guerreiro (EF Pro) foi o “Rei da Montanha” e conquistou a “camisola Azul”, que condecora o melhor ciclista nas etapas de montanha.Poucos saberão é que o ciclista, natural de Pegões Velhos, concelho do Montijo, já levou o símbolo do Alcobaça Clube de Ciclismo mais longe, corria a época de 2012.
Na hora de comemorar, o atleta não esqueceu o clube e ao REGIÃO DE CISTER recordou o tempo que passou no clube alcobacense “Foi o meu melhor ano de juniores. Trabalhei com pessoas espetaculares e devo-lhes muito”, afirma, recordando o título nacional de juniores que conquistou nesse ano.
“Fizemos um grande trabalho com o treinador João Hortelão e foi a pessoa que começou a mentalizar-me que poderia ser corredor profissional e estou muito grato”, enalteceu o ciclista de 26 anos.
Rúben Guerreiro tornou-se no primeiro português a conseguir vencer uma das quatro classificações principais de uma grande Volta triunfando em oito contagens de montanha: três de primeira, três de segunda, uma de terceira e uma de quarta.
Além desta conquista, o ex-Alcobaça Clube de Ciclismo festejou a vitória na 9.ª etapa e encerrou um ciclo de 31 anos sem vitórias lusas numa etapa do Giro de Itália, registo que pertencia ao ex-ciclista Acácio Silva.
Esta conquista é também muito significativa para o Alcobaça Clube de Ciclismo, que viu um dos ex-atletas estar nas “bocas do mundo”. “Muitas vezes um ciclista de grande valor passa muito tempo no anonimato do pelotão, até que um dia surge a oportunidade na fuga certa e o valor revela-se em todo o seu esplendor. O Giro veio revelar o valor do Rúben Guerreiro e do João Almeida”, reitera Joaquim Marques, presidente do Alcobaça Clube de Ciclismo, relembrando “um jovem muito dedicado à modalidade e sempre bem-disposto e muito alegre”.
“Ver um dos nossos ex-atletas com a projecção e notoriedade internacional enche-nos de felicidade, e essa é a recompensa pelos muitos esforços que temos feito em prol do desporto de formação”, sublinha o dirigente recordando os casos de Rafael Reis e Amaro Antunes, vencedor da Volta a Portugal no início deste mês.
As celebrações do feito de Rúben Guerreiro ganharam maior destaque pela prestação histórica de João Almeida (Deceuninck-Quick Step), ciclista de 22 anos, natural de A-dos-Francos, de Caldas da Rainha, que encerrou o Giro de Itália num merecido 4.º lugar da geral. Escreveu-se história.
Fotografia: Giro