Um astrocitoma (tumor cerebral) obrigou Marcelo Prudêncio a abdicar do futebol aos 24 anos. Duas décadas depois decidiu que era tempo de voltar a jogar como federado, ingressando esta época no Peso, na Desportiva 1.ª Divisão distrital, mostrando que os 45 anos são apenas um número quando se trata de fazer algo de que se gosta muito.
Um astrocitoma (tumor cerebral) obrigou Marcelo Prudêncio a abdicar do futebol aos 24 anos. Duas décadas depois decidiu que era tempo de voltar a jogar como federado, ingressando esta época no Peso, na Desportiva 1.ª Divisão distrital, mostrando que os 45 anos são apenas um número quando se trata de fazer algo de que se gosta muito.
“Já jogava em equipas de veteranos, fazia muitos torneios de futsal e futebol 7 e percebia que ainda tinha capacidade para jogar num ritmo mais competitivo”, salienta Marcelo Prudêncio ao REGIÃO DE CISTER. “O mister Marco Ferreira já me tinha observado e convidou-me a integrar o plantel”, revela o esquerdino, contando que o convite do técnico beneditense foi um desafio à sua medida: “nunca me neguei a um bom desafio e considerei que ainda tinha alguma coisa para dar ao futebol”.
O extremo esquerdo ainda hoje vive com o tumor, mas defende que a vida tem de continuar. “Se já jogava nos torneios, por que não arriscar num ritmo mais competitivo?”. Assim foi, e para já o beneditense tem mostrado que está pronto para ajudar a equipa. “A rapidez já não é a de outros tempos, mas compenso pela resistência e capacidade de lutar por cada lance”, admite o jogador, afirmando ainda que não evita o contacto. “Apesar de não ser aconselhado a jogar muito de cabeça, não deixo de atacar a bola ou ajudar a defesa. Nem por isso, nem pela idade”, atira Marcelo Prudêncio.
O beneditense jogou nos campeonatos nacionais pelo clube da terra, Caldas, Marinhense e aos 15 anos chegou a ter contrato com… o Sporting. O receio de deixar a casa e até a namorada, agora esposa, foram os motivos que fizeram o jogador ficar pela região. Mesmo quando já tinha sido chamado à Seleção Nacional de sub-17. “Os selecionadores Carlos Queiroz e Nelo Vingada convocaram-me para estágios na Nazaré e em Caldas da Rainha, mas uma lesão impediu que continuasse a ser chamado”, recorda.
O beneditense subiu a sénior pelo Marinhense, em 1993/1994, tendo sido emprestado nessa época ao Nazarenos, pelo qual veio a ganhar a taça distrital. Em 1995 volta ao Beneditense e volvidas quatro épocas na 2.ª Divisão nacional, ruma ao Caldas, momento em que o tumor lhe “atraiçoou” a carreira de jogador e o obrigou a pendurar as chuteiras.
Marcelo Prudêncio está de regresso 21 anos depois e agradece a oportunidade que o clube caldense lhe deu, apontando a ”mais duas ou três temporadas” e aos 7 golos esta época. Se a eficácia for do tamanho da sua resiliência, 7 golos será “serviços mínimos”… aos 45 anos.