O cartão Saúde Porto de Mós vai estar brevemente disponível para todos os munícipes. O plano de adesão gratuita vai dispor de um conjunto de serviços no setor privado em toda a rede nacional que incluem consultas de especialidade, exames e até cirurgias com valores significativamente mais reduzidos, sem limite de idade ou de utilização.
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Através de um contrato com a empresa prestadora de serviços médicos RNA Medical, o Município de Porto de Mós pretende fazer face à ausência de resposta por parte do Serviço Nacional de Saúde (SNS), sobretudo ao nível dos cuidados primários. “É uma pequena resposta que queremos dar, um sinal de que estamos com a população e eu tenho certeza que, depois do cartão entrar em funcionamento, a população vai deixar de se sentir desprotegida”, sublinhou o presidente da Câmara de Porto de Mós, na passada sexta-feira, dia em que foi apresentado o cartão nas Festas de São Pedro. “É uma resposta efetiva, de compromisso cumprido e um projeto pioneiro a nível nacional”, destacou Jorge Vala, avançando que o investimento da autarquia para os próximos 18 meses ronda os 180 mil euros.
Numa consulta de clínica geral, os residentes do concelho de Porto de Mós que aderirem a este cartão de saúde vão pagar a quantia de 25 euros, em consultas de especialidade o valor de 35 euros, 15 euros em consultas ao domicílio ou 10 euros em consultas através do telefone. Os munícipes poderão fazer a sua subscrição através de uma plataforma que vai estar disponível dentro de uma semana.
Depois de concluída a subscrição online, os utilizadores vão ter automaticamente acesso a um cartão virtual, e, mais tarde, ao cartão físico.
“Este produto, que foi desenhado e criado exclusivamente para os munícipes de Porto de Mós, vai dar acesso a uma rede de âmbito nacional, mas com um espectro também bastante importante em termos locais”, referiu na ocasião João Pascoal, representante da RNA, acrescentando que o novo serviço de saúde vai ainda dispor de uma linha telefónica para esclarecimentos que estará disponível 24 horas nos 365 dias do ano.
A criação deste plano de saúde para todos os munícipes foi um dos compromissos do executivo municipal para este segundo mandato, com vista a atenuar o problema da falta de médicos que se arrasta há vários anos e que tem deixado milhares de utentes sem consultas. Esta escassez de profissionais de saúde motivou, no passado mês de janeiro, uma manifestação organizada pela associação Ur’Gente, mas continua praticamente tudo na mesma. “Continuamos sem resposta”, lamentou o presidente da Câmara de Porto de Mós.
No concelho estão em falta sete médicos, sendo que um vai reformar-se até ao final deste ano. A maioria dos clínicos encontra-se em baixa prolongada, situação que impede a abertura de novas vagas. As freguesias mais afetadas continuam a ser Arrimal e Mendiga, São Bento e Porto de Mós, mas há ainda um outro problema. “As consultas de intersubstituição que servem as populações sem cuidados médicos não estão a acontecer e, assim sendo, continuamos a ter ausência de respostas para as pessoas com dificuldade de mobilidade e os territórios de baixa densidade”, avançou o social-democrata.
A única boa notícia é que foi recentemente aberta uma vaga para o Centro de Saúde de Porto de Mós, vaga que, sendo preenchida, permitirá ao profissional receber um vencimento com 40% de acréscimo, contexto que o obrigará a permanecer na vila durante três anos