Realiza dezenas de eventos por ano e todos eles chamam centenas de pessoas, atualmente não tem futebol ou futsal ou qualquer outra modalidade, mas a Associação Desportiva da Ferraria (ADF) destaca-se pelos eventos originais, como os passeios de comboio ou os encontros de carros clássicos e antigos. Tudo graças ao trabalho e entrega de dezenas de sócios.
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A última festa, no início deste mês, envolveu 60 voluntários. Também é por causa dos amigos da ADF que o bar da sede abre todos os dias, com uma escala de serviço que cada um cumpre religiosamente. Quem quer e pode faz serviço de segunda a sexta-feira entre as 20:30 e as 24 horas ou ao fim de semana entre as 13:30 e as 24 horas. Todos os meses cerca de 25 pessoas asseguram o funcionamento do bar.
Por ano, a coletividade promove diversos eventos: dia da criança, passeio de motas noturno e diurno, festas, passeio de comboio, passeio de carros antigos, tasquinhas, torneios de sueca e outros eventos mais pontuais e mais pequenos ao fim de semana, nomeadamente ao sábado à tarde.
No dia a seguir aos eventos, tudo é arrumado e limpo. Incluindo a publicidade. São retirados todos os cartazes da rua. Os voluntários da ADF chegam mesmo a remover cartazes de eventos passados de outras coletividades.
Alexandre Libânio colabora há 22 anos na associação. Além do apoio nas escalas do bar e na reposição diária de bebidas, ajuda em todos os eventos. Elege o das motas antigas como o mais marcante.
Não é preciso ser da terra para vestir a camisola. Que o diga Carlos Santos, natural de Lisboa e radicado na região há 26 anos, primeiro na Martingança-Gare, depois em Alpedriz e mais tarde em Pataias, onde vive há duas décadas. Contabiliza 15 anos como colaborador da ADF.
“O evento que mais gosto de organizar são as festas da Ferraria, em agosto. É quando meto licença no meu trabalho para vir ajudar a montar as festas e fazer o que é preciso nos três dias do certame. Na segunda-feira seguinte, como é tradição, deixamos tudo completamente arrumado”, testemunha Carlos Santos, que destaca a união e a amizade entre sócios.
Todos concordam que a relação entre os voluntários se deve ao presidente da Direção. O homem ao leme da ADF é Dário Moleiro, conhecido da política e secretário da União de Freguesias de Pataias e Martingança. Por aquelas bandas é visto como um multitarefas, pessoa que acumula responsabilidades também na empresa de moldes onde trabalha e que mobiliza os amigos da associação. “É o elemento agregador, a cola que junta toda a gente em volta de um objetivo comum”, considera Carlos Santos. “Sabe-nos cativar”, concorda Alexandre Libânio.
Presidente da Direção desde 1998, Dário Moleiro conhece bem a receita. “Isto não é uma associação, é uma família. Nos dias de hoje, em que é cada vez mais difícil cativar jovens para as associações, ter uma equipa voluntária de tanta gente que faz acontecer é o segredo”. Ao longo do tempo tem tido a seu lado dezenas de dirigentes nos corpos sociais, o mesmo tesoureiro de sempre, Sérgio Franco, e o pai, António Moleiro, nonagenário e recentemente institucionalizado num lar, é o 1.º secretário desde a fundação, em 1994, quando um grupo de moradores se uniu para jogar futsal. A sede, que nasceu numa garagem cedida por Sérgio e Cristina Franco, sócios honorários, deu lugar, em 2015, a um edifício de raiz, começado a erguer cinco anos antes.
“Tivemos de avaliar se continuaríamos com o desporto. Dadas as dificuldades de angariar verbas para essas atividades, demos prioridade à conclusão da construção da nova sede para que os nossos sócios, amigos e colaboradores pudessem ter um espaço mais digno para conviver”, explica Dário Moleiro, para quem “a sede da ADF deve ter um papel mais social do que desportivo”.
Os elogios do presidente vão para membros da “família” – o vice-presidente, Carlos Mateus, e o tesoureiro Sérgio Franco, que estão sempre disponíveis na retaguarda do bar e não só. A limpeza diária é garantida por Sandra Monteiro, Alexandre Libânio e Cristina Franco. “Além disso, estamos sempre disponíveis para ajudar outras associações e/ou comissões, emprestando sempre o que é necessário”, garante o dirigente.