É aquela altura do ano em que nós, pais, ficamos aliviados de tempo para trabalharmos ainda mais (há que alimentar a máquina fiscal), com a síndrome do ninho vazio, a dar sinal de si, assim que ligamos os 4 piscas e os deixamos à porta da Escola.
No meu caso, ou melhor no do meu filho, ainda há a passagem do carinho privado da JDD para os afetos da FEM. Um pequeno passo para mim, mas um salto gigante para o Fausto que por aqui cresce, entre as coisas boas e más de Alcobaça.
As brigas de Verão já lá vão, bem como as suas doçuras. Agora, estamos todos de chapéu de chuva e olheiras, na Biblioteca da Escola, com um olho nos nossos meninos e outro nas professoras, a tentar absorver o que há de novo, na tentativa de fazermos mais parte da solução do que do problema.
As professoras sorriem, contentes em receber e tratar o que de mais precioso temos. Porém muitas já estão cansadas de tanta pestana queimada e passos em falso, com um Ministério de Educação que faz tudo menos descomplicar e custa-lhes, presumo, ouvir António Costa visitante de “escolas-modelo” (todas o são) a papaguear o seu otimismo que tanto nos deprime.
À porta da escola um solitário cartaz com a revindicação dos 6% do PIB para a Educação, lembra-nos que muito para além da luta para educar, há outra que a acompanha que é a de criar condições para os afetos que se sentem assim que deixamos os nossos meninos no portão da Escola ao pé de uma Senhora que, se não sabe o nome de todos, pouco falta.
Por isso dedico estas linhas em jeito de abraço aos professores da FEM.
Porque, para mim, ser professor é fazer a diferença na adversidade, enquanto se luta por um reconhecimento que deveria ser óbvio a quem usa a Educação como mera propaganda eleitoral, mas que, na prática a complica, a empobrece, que traz aquela sombra ao olhar curioso e brilhante que vislumbramos nos professores no dia da apresentação.
Boa sorte!