Só no próximo ano é que serão celebrados os 50 anos da Revolução do 25 de Abril de 1974. Mas, em Porto de Mós, as comemorações, que também pretendem envolver a comunidade escolar, já arrancaram. Foi no auditório da Central das Artes – local que, aliás, vai acolher um ciclo de conferências com antigos governantes, historiadores e militares, como José Pacheco Pereira, Fernando Rosas, António Costa Pinto, Gouveia e Melo, Paulo Portas e Maria Inácia Rezola –, que foi apresentado o programa destas atividades.
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As conferências vão acontecer às sextas-feiras, entre os meses de janeiro e novembro. A primeira está marcada já para o próximo dia 27, tendo como orador o portomosense Luís Amado, que é quem preside a Comissão de Honra das comemorações. O ex-ministro da Defesa e dos Negócios Estrangeiros e economista vai abordar o tema “O 25 de Abril 50 anos depois. A democracia do mundo em guerra“.
“Todo o diálogo e reflexão sobre a convivência democrática, num momento em que o mundo está à beira da guerra, é muito oportuno”, frisou Luís Amado, para quem “a transição da ditadura para a democracia em Portugal foi um exemplo para o mundo”.
Na verdade, as comemorações em Porto de Mós já começaram há dois anos, com a recolha de fotografias, objetos e histórias e a realização de algumas exposições. “Este trabalho já feito será compilado num livro, a ser lançado no próximo ano, e que pretende ser um acrescento na história local”, explicou o vice-presidente da Câmara de Porto de Mós, que preside a comissão executiva das comemorações, que pretendem olhar para o 25 de Abril e o processo de democratização da sociedade portuguesa, a partir do concelho de Porto de Mós.
As atividades programadas para este ano vão também incidir nos alunos do 1.º ciclo para que “os mais novos possam perceber como foi o 25 de Abril a nível nacional e local”, acrescentou Eduardo Amaral. Para isso, estão agendadas sessões nas escolas do concelho, permitindo “um diálogo com os conterrâneos que viveram o 25 de abril, fazendo-lhes perguntas e esclarecendo curiosidades”.
Sob o tema geral “Porto de Mós e a Revolução de Abril: Liberdade (s), Democracia e Participação“, a iniciativa anual de teatro de rua será, igualmente, desenvolvida em torno desta temática. Também a agenda cultural do concelho estará centrada nesta efeméride.
Para o próximo ano, estão previstas “mesas-redondas que procurarão refletir sobre grandes desafios que a Democracia enfrenta no mundo atual”, segundo o portomosense Kevin Soares, historiador e membro da comissão executiva das comemorações.
“Este é um desafio grande, mas é um desafio que o 25 de Abril nos proporciona”, frisou o presidente da Câmara de Porto de Mós. “Temos de escrever a história com aqueles que viveram o 25 de Abril. E temos de a escrever porque há uma tendência muito grande para a apagar”, alertou Jorge Vala.