Corria o ano de 1968 quando José Inácio decidiu investir num estabelecimento no Silval. O nome dado ao café (“Maria Teresa”) não foi ao acaso: era o nome da sua mulher, que faleceu há cerca de 20 anos.
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O espaço era de um cunhado e, à data, funcionava como taberna e mercearia. Esse conceito manteve-se durante cerca de 30 anos, até que, depois, disso, e acompanhando a modernização da própria sociedade, passou definitivamente a ser apenas um café.
No entanto, este não é um café qualquer. Além de ser um local congregador, uma vez que junta grande parte da localidade do Silval e também de outros locais da freguesia de Turquel e até do concelho de Alcobaça, há uma especialidade “única”. Falamos da cerveja. Ou, mais concretamente, da imperial. Não é, por isso, de estranhar, que as primeiras palavras de José Inácio apontem exatamente nesse sentido: “É a capital da imperial”.
Mas, afinal, qual é a razão desta denominação? A resposta surge de imediato e novamente na primeira pessoa. “Noutros tempos, quando o café trabalhava na sua plenitude, era raro o dia em que não vendia aqui um barril de 50 litros de cerveja. Como deve imaginar, é muita cerveja! Era ver os copos a saírem uns atrás dos outros”, sublinha.
A fama, que estava substanciada na qualidade, arrastava, pode dizer-se, multidões. “Era uma loucura. O café estava praticamente cheio. Havia horas menos fortes, é verdade, mas a grande maioria dos dias estava sempre carregado de gente. Vinha gente de todo o lado. A maior parte das pessoas eram conhecidas, é um facto, mas também havia muita gente que ouvia falar da ‘capital da imperial no Silval’ e vinha cá de propósito. Eram essas mesmas pessoas que o confessavam”, acrescenta o empresário, mesmo estando ciente de que os tempos, agora, são outros, e que a clientela que frequenta o seu estabelecimento já não tem comparação possível com aquela que fez do espaço uma referência da freguesia e também do concelho. “É que não há mesmo comparação possível! Agora está muito mais fraco. No entanto, vamos tendo força para manter o negócio. O futuro? Será o que a saúde deixar que seja”, assume José Inácio.
Durante vários anos o estabelecimento foi também dinamizado pelo filho, Telmo Inácio, recentemente falecido, e pela nora, Teresa Alexandre. Atualmente, José Inácio conta com a colaboração da sua companheira, Eliziane Gonçalves, uma cidadã brasileira que está radicada em Portugal há cerca de 17 anos e que tem sido “um braço direito” para o empresário, que é natural das Fragosas, na freguesia de Évora de Alcobaça.
E embora os tempos sejam (mesmo) outros, o REGIÃO DE CISTER garante que a imperial mantém a qualidade…