O presidente da Câmara de Alcobaça parece estar isolado na decisão de apontar a localização do novo hospital do Oeste em Alfeizerão, sinalizando o terreno da Quinta do Vale da Cela. Na última sessão da Assembleia Municipal, que decorreu na passada sexta-feira, as bancadas do PS, Nós, Cidadãos! e Chega manifestaram-se a favor da localização de Caldas da Rainha, associando-se aos autarcas de Caldas da Rainha, Óbidos e Rio Maior e criticando a posição de Hermínio Rodrigues.
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Para o PS, voltar a colocar da localização de Alfeizerão na corrida para o novo hospital “ou é teimosia ou uma tentativa desesperada de salvar um negócio ruidoso”. O deputado Luís Polido foi ainda mais longe, considerando a atitude de Hermínio Rodrigues “isolacionista” por não aceitar fazer parte do grupo de autarcas que defende a localização de Caldas da Rainha. “O silêncio teria sido mais útil, do que o ruído que criou”, considerou o socialista, propondo ainda a venda do terreno da Quinta da Cela enquanto “pode valer um bom encaixe financeiro” para a remodelação dos centros de saúde do concelho.
Para o deputado do Nós, Cidadãos, a solução de Alfeizerão “não tem pés nem cabeça”. “Se o presidente da Câmara de Caldas da Rainha fosse Tinta Ferreira, tinha aceitado?”, questionou José António Correia, para quem é certo que Alcobaça fará parte da nova Unidade Local de Saúde (ULS) da região de Leiria.
Também o deputado eleito pelo Chega defendeu a opção de Caldas da Rainha ou Óbidos, contrariando o estudo que aponta como a melhor localização Bombarral.
O chefe do executivo municipal defendeu-se, lembrando várias vezes que foi eleito presidente da Câmara de Alcobaça. “Percebo a opção de Caldas da Rainha, mas se Caldas tem direito a reivindicar, Alcobaça também tem o direito de pedir o hospital para o seu concelho”, considerou.
“Compreendo esses municípios: Caldas, Rio Maior e Óbidos, mas não posso estar a defender por um hospital nas Caldas neste momento”, admitiu o social-democrata. Para o edil, “esta matéria deve ser da responsabilidade do Ministério de Saúde” e “os municípios colocaram-se a jeito, pedindo o estudo e agarrando nessas conclusões para o ministro”.
Sem se manifestar na sessão da Assembleia Municipal, mas ouvida pelo REGIÃO DE CISTER, a deputada do CDS-PP considera que “é solidária com as intenções do executivo camarário em prol do melhor para o concelho de Alcobaça”. “Não havendo ainda um local definido para a implantação do mesmo, deverei defender sempre os interesses da população de Alcobaça”, acrescenta Florbela Costa.
Admitindo a “pouca probabilidade” da escola de Alfeizerão, o líder da bancada do PSD, Pedro Guerra, associa-se aos argumentos do presidente da Câmara, considerando que “quanto mais próxima for a localização melhor”.
Entretanto, o núcleo local de Alcobaça da Iniciativa Liberal considerou, em comunicado, que “a Câmara de Alcobaça tem uma posição isolada sobre este tema, correndo o risco da população do município ficar com serviços ainda mais distantes do que os atuais, especialmente as freguesias a sul do concelho”, defendendo “a necessidade de se definir um Plano Municipal de Saúde estratégico” de forma a “garantir um melhor e sustentado acesso a cuidados de saúde a toda a população do concelho de Alcobaça”.
Depois de ter sido anunciado que o ministro da Saúde teria decidido prolongar o prazo para a localização do novo hospital do Oeste, o Ministério da Saúde veio esclarecer que o prazo de 31 de março se mantém.