O Baú das Memórias, em Alfeizerão, tem patente, por estes dias e até final deste mês, uma exposição de lego da autoria de Rui Gonçalves, um alfeizerense de gema que tem, assim, a oportunidade de juntar o útil ao agradável, que é como quem diz, a paixão pelo lego à sua terra natal.
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“É um autêntico limpa-cabeças”, começa por dizer o autor da obra que, aos 62 anos, vê neste brinquedo a forma perfeita de combater o sedentarismo, uma vez que passa muitas horas dos seus dias dedicado a esta arte. Sendo que, e tal como explica ao REGIÃO DE CISTER, a ligação ao lego já passou para outra geração. “O meu neto, Salvador, de apenas 6 anos de idade, também já é um apaixonado pelo lego. Passamos muito tempos juntos de volta das nossas construções. Tudo tinha começado há uns anos, quando nasceu o meu filho Rafael, mas agora, com esta paixão que o Salvador também tem por isto, então foi como que o reacender desta ligação para mim”, conta Rui Gonçalves, visivelmente feliz por contar com a “colaboração” do neto neste seu passatempo.
A exposição, apesar de poder ser encarada como maioritariamente virada para as crianças e jovens, ou não estivéssemos a falar de lego, tem também um grande impacto junto de população de meia-idade e até sénior. “É uma exposição didática e que, à partida, chamará mais a atenção dos mais novos. No entanto, trata-se de algo que é transversal a várias faixas etárias e, como tal, fico muito satisfeito por haver pessoas de todas as idades a virem ao Baú das Memórias apreciar esta exposição”, assinala, a propósito, José Coutinho, funcionário da Junta de Alfeizerão e responsável pelo Baú das Memórias, onde está patente a obra de Rui Gonçalves.
Apesar da diversidade apresentada por este “artesão” alfeizerense, a verdade é que, para chegar ao ponto de poder fazer uma exposição, foi preciso… gastar muito dinheiro. Porque as milhares de peças que foi adquirindo ao longo dos anos, tiveram um (grande) custo.
“Assim por alto, não tenho a menor dúvida em afirmar que já gastei mais de 5 mil euros. Além das miniaturas, há também as peças individuais que vou comprando, ora em feiras, ora através da internet, e para as quais, muito sinceramente, já não tenho espaço na garagem de minha casa, que é um autêntico santuário de lego”, refere Rui Gonçalves, que não tem qualquer problema em recuar uns anos: “Quando o assunto é lego, sinto-me uma criança autêntica. Vivo muito isto. Vou a feiras em todo o País, compro peças novas sempre que posso e depois, com a ajuda do meu neto, faço as minhas montagens, que podem passar por cidades, circuitos, instituições, etc”.
Esta ligação sentimental ao lego está para durar, ainda para mais tendo um verdadeiro braço direito, como é o caso do neto, Salvador, e, também por isso, Rui Gonçalves não esconde que tem dois grandes objetivos por concretizar e que estão diretamente relacionados com a sua terra natal. “Tenho o sonho de recriar numa exposição de lego a Capela de Santo Amaro e o edifício dos Bombeiros de São Martinho do Porto”, projeta o alfeizerense.