Se a primeira edição, realizada no ano anterior, já tinha superado as (melhores) expectativas, então a segunda edição, que decorreu no passado dia 22 de julho, foi um “autêntico sucesso”. Falamos da “Malharia na Benedita”, evento dinamizado pela Retrosaria Talica, situada no Largo Padre José António da Silva, junto à Praça Damasceno Campos, na Benedita, e que fez da tarde do passado sábado uma verdadeira contemplação da referida arte manual.
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Cerca de 70 pessoas marcaram presença nesta segunda edição do evento, mas a dinâmica foi de tal ordem que chegaram pessoas de vários pontos do país para participar na sessão. Se as habituais clientes da Retrosaria Talica e dinamizadoras do grupo de malharia ali existente são carinhosamente apelidadas pela proprietária do espaço de “estilistas de agulha”, a todas elas juntaram-se senhoras do Porto, da Póvoa de Varzim, de Benavente, de Lisboa, da margem Sul e até do Alentejo. Foi, no fundo, a continuação de algo que já existe em Leiria e que, de há dois anos a esta parte, acontece também na vila da Benedita.
“Foi um autêntico sucesso. Nem imagina o quão feliz estou. Claro que depois de ter corrido tudo tão bem no ano passado esperava poder voltar a repetir, mas a verdade é que a iniciativa teve ainda mais gente e voltou a ser muito gratificante”, assumiu Patrícia Santos, responsável do espaço, ao REGIÃO DE CISTER.
A malharia não escolhe idades nem género. É algo que está aberto a toda a comunidade e de forma totalmente gratuita. A única coisa que comporta algum tipo de investimento é a aquisição de todos os materiais para a execução dos trabalhos. Mas, para quem é apaixonado por esta arte, esse tipo de custo é apenas uma mera formalidade. Porque, no fundo, o retorno que têm em cada peça concluída é, no mínimo, o dobro. Pelo menos em termos sentimentais.
E talvez seja esse espírito de comunidade, muitas vezes até traduzido em laços quase que familiares, que atrai cada vez mais população à malharia. E havendo um espaço para o efeito, dinamizado por tanta gente apaixonada pela arte, então mais fácil parece ser o crescimento.
“Tem sido, realmente, um enorme sucesso. Já depois dos entraves que tivemos no clube de tricô por altura da pandemia, conseguimos reerguê-lo e, depois disso, também juntar o nosso clube ao grupo da malharia, pelo menos uma vez por ano. Somos cada vez mais e, além disso, conseguimos também ‘trazer’ a malharia de Leiria para a Benedita e, dessa forma, dinamizarmos uma iniciativa que tem sido do agrado de todos. E isso deixa-me de coração cheio”, salienta Patrícia Santos.
Mas aquilo que é um encontro de pessoas apaixonadas pelas malhas, também pode ser uma missão de solidariedade. Como foi o caso.
No passado sábado, por ocasião da “Malharia na Benedita”, a proprietária da Retrosaria Talica decidiu associar-se a uma campanha solidária levada a cabo por uma empresária de Vila Nova de Famalicão e, dessa forma, também na Benedita foram oferecidos bens a favor de crianças angolanas.
“Ainda não consegui contabilizar tudo, devido ao imenso trabalho que temos tido, mas reparei que recebemos imensos brinquedos e também muita roupa de cama”, concluiu Patrícia Santos. Bonito!