O Centro Cénico da Cela e o Centro Distrital da Segurança Social de Leiria assinaram, na manhã da passada sexta-feira, um protocolo de cooperação, tendo em vista o acolhimento, pelo período de seis meses, de 16 imigrantes instalados no concelho de Alcobaça.
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Os imigrantes, provenientes de vários países, encontravam-se em situação de precariedade e, a partir de agora, já têm um espaço digno para poderem habitar e, num futuro próximo, poderão também ter acesso ao mercado de trabalho, através de acordos estabelecidos entre o Centro Cénico da Cela e a Câmara de Alcobaça com algumas empresas da região.
Na cerimónia de assinatura do protocolo, que decorreu no edifício “Três Torres”, em Alfeizerão, o presidente da Direção do Centro Cénico da Cela explicou todos os procedimentos relativos a este acordo. “No início até fomos algo reticentes, porque não sabíamos bem com o que íamos contar, mas a Segurança Social reforçou a ideia de que o Centro Cénico da Cela era uma instituição que tinha todas as condições para acolher estes refugiados e tentar colocá-los no mercado de trabalho”, salientou José Lorvão, acrescentando ainda que a IPSS a que preside “já contactou algumas empresas, entre elas a Acordo, cujo representante, Renato Jácome, está aqui presente, e o objetivo é tentar empregar estes refugiados”. Sobre as especificidades do acordo, José Lorvão referiu que “a Segurança Social paga um valor estipulado para cada um dos utentes, sendo a restante gestão feita pelo Centro Cénico da Cela, que arrendou este espaço, que é propriedade privada, para o acolhimento destes imigrantes”.
O diretor distrital da Segurança Social elogiou o trabalho social desenvolvido por várias instituições do concelho de Alcobaça, sublinhando, neste caso, a aceitação do Centro Cénico da Cela relativamente a este projeto. “Alcobaça é um concelho que trabalha muito bem na área social, sendo o segundo concelho do distrito de Leiria com mais IPSS. A Câmara de Alcobaça também se empenhou bastante neste projeto e acabámos por avançar para esta solução, num espaço fantástico e muito digno. É importante que estas instituições possam diversificar as suas respostas, até porque no futuro teremos cada vez mais imigrantes”, assumiu João Paulo Pedrosa. “Há 230 milhões de pessoas que imigram por ano. Cabe-nos ter mecanismos de acolhimento e integração das pessoas e quando o Município dá um passo para o acolhimento já está mais à frente. A Segurança Social paga por este serviço, mas é muito importante ressalvar o esforço e o trabalho diário dos profissionais do Centro Cénico da Cela”, acrescentou.
O presidente da Câmara de Alcobaça também enalteceu o trabalho das instituições concelhias. “Alcobaça já dá uma resposta eficaz em matéria de acolhimento de imigrantes através do protocolo com a Confraria de Nossa Senhora da Nazaré, que detém património no nosso concelho. Cabe às instituições dar uma resposta adequada às necessidades destas pessoas, resposta essa que deve ser custeada pelos municípios e sobretudo pelo Estado”, assumiu, a propósito, Hermínio Rodrigues.