A Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha vai solicitar ao Governo a atribuição de apoios aos produtores na ordem dos 50 milhões de euros. Para além dos problemas originados pelo fogo bacteriano, as alterações climáticas, que tornam os verões muito quentes e os outonos com temperaturas mais altas que o habitual, tornam num pesadelo a vida dos produtores de pera rocha, colocando em causa o setor.
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A temática foi abordada pelo vice-presidente da Câmara de Alcobaça, na última reunião pública do executivo municipal, realizada no passado dia 13, sendo que, na ocasião, Paulo Mateus disse mesmo que a Pera Rocha do Oeste “corre sérios riscos de desaparecer”.
Ao REGIÃO DE CISTER, o presidente da Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha reforça as preocupações dos profissionais.
“Estamos extremamente preocupados com esta situação, até porque é o segundo ano consecutivo que os produtores sofrem tremendas quebras na produção. Entendemos que a gravidade do caso pede a intervenção do Governo, e, nesse sentido, estamos decididos a apelar à tutela para que nos possa ajudar a mitigar esta problemática”, afirmou Filipe Ribeiro.
Ainda de acordo com o responsável, as entidades oficiais devem olhar para esta situação que é considerada “crítica”, e, nesse sentido, o dirigente dá conta do que pretendem solicitar ao Governo.
“Estão em causa quebras na ordem dos 50% quando comparado com um ano normal, o que é elucidativo dos prejuízos que isso causa aos produtores. Em bom português, podemos mesmo dizer que ficam no vermelho, tendo inclusivamente de colocar dinheiro do seu próprio bolso para manterem as atividades abertas. Estamos a ultimar um documento que será entregue ao Governo e onde consta o levantamento de todas as quebras de produção”, sublinha o empresário, que avalia em 50 milhões de euros a verba necessária para acudir a um setor em dificuldades.
“Para que se tenha uma ideia da profundidade do problema, não estamos apenas a falar da quebra de produção, Há também outros fatores a ter em conta, como as infraestruturas associadas às atividades, bem como o aumento dos custos de produção. Ora, se não há faturação suficiente, há, naturalmente, prejuízo. Assim sendo, entendemos que, neste momento, um valor mínimo de 50 milhões de euros pode ser uma enorme ajuda para mitigar alguns dos problemas dos nossos produtores”, assinalou.
A concluir, Filipe Ribeiro frisou ainda a forte representação que a Pera Rocha do Oeste tem no Produto Interno Bruto português e os postos de trabalho que garante devem justificar toda a atenção da tutela.
“O Estado tem, e bem, solucionado vários casos graves no nosso País, e pelo que representa a Pera Rocha do Oeste para o Produto Interno Bruto, bem como o peso que tem em diversas regiões, ao nível, por exemplo, da taxa de empregabilidade, estamos certos de que também olharão para nós e nos ajudarão a ultrapassar este momento”, finalizou o dirigente.