Começou a sua marca pelas t’shirts e pelas telas que o mar lhe dá e hoje a arte de Dino Luz, o artista da técnica stencil, já está espalhada pela paisagem da União de Freguesias de Pataias e Martingança.
Este conteúdo é apenas para assinantes
Têm a sua assinatura as obras de arte urbana, que fazem brilhar edifícios como a casa escola do quartel dos Bombeiros Voluntários de Pataias, o pavilhão do CCRD Burinhosa ou a rua principal de Paredes da Vitória, onde reside.
A arte de Dino já andava na rua, nos grafitis, nada legais e nunca assinados, que, admite, gosta de deixar pelo País fora, “sempre em casas abandonadas ou em ruínas e enquadrado na paisagem”. A primeira vez que o fez de forma oficial foi em Leiria, onde pintou, numa fachada, crianças de um bairro social, no âmbito de um projeto da associação InPulsar. Seguiu-se a ‘final four’ da Allianz Cup naquela cidade, onde pintou ao vivo uma tela gigante, a convite da Câmara de Leiria, o que, confessa, lhe deu muita visibilidade.
Também tem a sua marca num ginásio no Calhau, na Nazaré, mas a primeira obra que assinou em casa foi o mural frente à afamada Marisqueira Tonico, nas Paredes, onde tem também a assinatura das paredes do alojamento local ali perto.
Marcou-o especialmente a pintura do pavilhão da aldeia da Burinhosa, uma obra “muito grande, que precisou de muitos litros de tinta”, brinca o pataiense. Na casa do Centro de Cultura, Recreio e Desporto da Burinhosa, Dino Luz criou um mural gigante em homenagem à aldeia do futsal. Pela exposição dos jogos, também esse trabalho dá bastante destaque à sua arte.
O trabalho mais visível de Dino é, todavia, o que o artista desenvolveu no quartel dos bombeiros de Pataias. Vê-se bem à distância a enorme torre da casa escola, que se eleva a cerca de 15 metros, onde o artista das Paredes pintou um mural de homenagem aos operacionais. “Foi muito desafiante”, confidencia Dino, que diz nunca se ter imaginado a trabalhar pendurado a tantos metros do chão. “À noite, ainda sonho com isso”, conta o artista, que se diz realizado também porque foi ali que aprendeu a manusear uma máquina elevatória.
Um trabalho de grandes dimensões demora muito tempo a ficar concluído. “Na CO2, por exemplo, foram cerca de três semanas, entre cortar os stencils e pintar”, lembra Dino Luz. Geralmente, o artista utiliza moldes feitos em cartolina, mas também recorre à projeção, sobretudo em encomendas maiores.
Obras desta envergadura requerem apoio. Para além da mulher e da filha, que desde cedo mostrou dotes artísticos, Dino conta com o trabalho de Carlos Guedes, especialista em projeção de videomapping, e do amigo de longa data Sandro Gonçalves, que é uma preciosa ajuda na vertente informática.
A par da arte na rua, Dino mantém-se igualmente focado nas suas telas. Prepara-se para expor os seus trabalhos em diferentes locais, mas, entretanto, já recebeu o desafio para decorar o enorme muro do mercado de Pataias. Na calha está também um projeto de grandes dimensões de uma marca de projeção internacional, que o artista prefere ainda não desvendar.
O artista tem muitas obras noutros concelhos, mas o seu trabalho é muito acarinhado também dentro de portas. “Trabalho muito para pessoas de Pataias”, reconhece o especialista em stencil, que assina ainda várias obras em diversas casas particulares. Apesar da azáfama artística, Dino prepara-se para abraçar um novo desafio na praia de Paredes da Vitória, onde vai assumir a histórica “Mercearia da Cremilde”, um local em frente ao mar, com uma paisagem inspiradora, onde o artista admite montar o seu estúdio no inverno, quando é habitual o estabelecimento comercial estar encerrado.