São muitas as pessoas que me interpelam na rua para me parabenizar pelos artigos que aqui escrevo, “sem papas na língua”, neste jornal, mas acho que sou eu que aproveito o ensejo para agradecer a oportunidade de o fazer e, sobretudo, de pensar Alcobaça. Nem sempre é fácil dizer bem. Não o faço por mal mas apenas porque, por vezes, vejo potencial desperdiçado como nas feias entradas da cidade ou num melhor aproveitamento dos rios, mas hoje, em virtude da pesquisa que fiz para conhecer melhor o tecido exportador do concelho, fiel ao tema desta edição.
E estou contente em poder partilhar a boa saúde da balança comercial de Alcobaça que em 2023 (2.º semestre) apresentou um resultado positivo de 26.194.954 euros, a contrariar a tendência negativa do Oeste. (nota: dados da Gazeta das Caldas, partilhados no site oficial da Câmara). As principais exportações são a fruta (a bela da maçã) e os legumes, seguidos da tradicional cerâmica, que não se deixou morrer, apesar dos pavilhões de fábricas profusamente abandonados que se vêm na estrada, e se reinventou na venda para o exterior de uma arte que tão finamente representa o concelho.
Permitam-me juntar alguma exploração cultural, encabeçada pelo sucesso dos The Gift a nível nacional a que se junta alguma experiência fora de portas, mas já com outros artistas de diversas áreas a contribuírem para um balanço entre setores que é, na minha opinião, essencial numa sociedade de consumo: uma base de lazer e de cultura.
E não deixar de assinalar todos os outros negócios locais, desde os doces ao vinho, à já falada restauração que, por vezes, faz o papel do Estado Social pela sua dedicação e preços acessíveis, ao inefável comércio tradicional que ainda resiste aos tempos e à invasão das inutilidades.
Concluo por dar os parabéns por esta edição que nos mostra uma Alcobaça diferente do que, por vezes, vemos na rua: uma cidade moderna, produtiva e a assumir os novos desafios e tempos o que nos dá algum alento em tempos difíceis no país e no mundo.