Isabel Fiuza tinha apenas 21 anos, em 1987, quando se lançou, a solo, na arriscada aventura de abrir um negócio na movimentada Avenida Rainha Santa Isabel, em Pataias, sua terra natal.
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A empresária tinha trabalhado no único ATL da vila, que, à época, funcionava na Junta de Freguesia. Foi ali que Isabel Fiuza deu início à sua vida profissional, com 19 anos. Não tardou até perceber que a sua paixão eram os trabalhos que fazia com os alunos depois do horário letivo. “Eu gostava era de trabalhos manuais”, recorda a pataiense, que decidiu, então, abrir uma loja de lãs, já lá vão 37 anos.
A vila já tinha um negócio de lãs, mas Isabel Fiuza acreditou que havia espaço para outro. Na segunda metade dos anos 1980, Pataias prosperava e praticamente todas as lojas com frente para a principal avenida da vila estavam ocupadas.
Nascia, então, a Lanibel, que Isabel Fiuza instalou num dos dois espaços comerciais que a lojista arrendou e, mais tarde, adquiriu, em zona central, com vista para a igreja e o Largo Comendador Joaquim Matias, onde, por aquela data, se realizava o mercado semanal aos domingos. “Quando abri, era um sonho”, relata a empreendedora, que abria portas de segunda-feira a domingo, o dia mais forte para as vendas da loja. A afluência de pessoas de fora aos dias de mercado marcou, de forma positiva, a Lanibel. Os feirantes que vendiam na praça central de Pataias atraíam multidões e o local, de passagem entre Marinha Grande e Nazaré, ajudava a manter a clientela por perto. Porém, para a Lanibel foi sol de pouca dura.
Em 1988, um ano depois de a loja abrir, graças ao grande crescimento do mercado semanal, aquele equipamento foi transferido para a atual localização, junto à estrada para Paredes da Vitória. O centro da vila perdeu parte da vida que dava também ânimo ao comércio local do centro de Pataias.
Os desafios dos últimos anos são outros. A concorrência das lojas de chineses banalizou a venda de lãs e afins. Em tempos justificava-se, também, a venda de roupa interior, mas Isabel Fiuza sabe que hoje o caminho não é por aí. Aliás, ao longo das mais de três décadas de atividade, a comerciante tem vindo a adaptar os produtos ao mercado, que está em constante mudança. O que faz é a pensar nos clientes, que são sobretudo de fora.
Contratempos de saúde obrigaram-na, recentemente, a adaptar o horário e hoje a loja abre à tarde. “Já estive mais encantada”, confessa a lojista, cada vez mais entusiasta da máxima “Viver um dia de cada vez”.