Sexta-feira, Maio 16, 2025
Sexta-feira, Maio 16, 2025

Mãe atípica

Data:

Partilhar artigo:

A dor e o deleite de ser mãe de filhos atípicos é algo nada fácil de explicar. Maio é o mês das mães. A maré de hoje traz a temática “Mães” pelo prisma daquela que é a minha realidade. Nem tudo são rosas na maternidade. Em qualquer que seja a experiência! Convenhamos que é uma função romantizada pela sociedade e que impõe à mulher uma sobrecarga enorme de responsabilidade e tarefas. Ser mãe atípica é isso e um pouco mais! O desafio é ainda maior. Chamar a atenção da sociedade para as necessidades das mulheres que acompanham e cuidam de filhos com deficiência, síndromes ou condições de saúde que afetem o desenvolvimento neuro-psicomotor é imperativo, passo a explicar porquê: Estas mães são vistas pela sociedade como “guerreiras” ou “heroínas lutadoras”, que abdicam da vida para cuidar integralmente dos filhos; contudo, muitas vezes, por trás destas figuras “hercúleas e míticas”, estão mulheres frágeis que enfrentam preconceitos, abandono, sobrecarga de tarefas e abalos profundos na sua saúde mental; e uma imensa falta de políticas que as apoiem e aos seus filhos de forma justa.

Quem cuida destas mães, pergunto? Existe legislação, alguma. Existem apoios financeiros, poucos. Existe empatia e compaixão social, sim, um pouco. Existem apoios suficientes ao cuidador? Não. O burnout do cuidador é uma realidade. Mas, em muitos casos, estas mães não são elegíveis para os ditos “apoios”. Os desafios são mais que muitos; e em quase todos os casos, o primeiro desafio de uma mãe atípica passa por compreender e   aceitar que o seu filho não seguirá o desenvolvimento padrão de uma criança típica. Os outros, entre muitos, são mesmo a falta de políticas e de empatia social.

Os 2 mil caracteres que esta crónica permite não chegam para tanto que é preciso dizer. Porém, que este “pouco” ecoe em vós e se faça ouvir através das palavras partilhadas. A empatia sente a dor do próximo. A compaixão por ela leva à ação. É preciso agir com compaixão e trabalhar a inclusão. No fim de contas, as conquistas diárias dos nossos filhos superam qualquer desânimo; mas não podemos ficar apenas por aí. Somos parte da equação. Somos um todo. Ajamos em conformidade.

Região de Cister - Assine já!
AD Footer

Artigos Relacionados

Escola Profissional da Nazaré aposta em três novos cursos para próximo ano letivo

Com o objetivo de acompanhar as tendências do mercado e responder às necessidades de formação a Escola Profissional...

Saxofonista César Cardoso propõe viagem às origens com novo disco

Depois de “Dice of Tenors”, César Cardoso propõe uma viagem às origens e aos locais que marcaram o...

Cinco praias de Alcobaça e uma da Nazaré contempladas com “Qualidade de Ouro”

Cinco praias do concelho de Alcobaça e uma do concelho da Nazaré receberam a distinção “Qualidade de Ouro”...

Fotógrafa Mabi desvenda ângulos e recantos da região em Alfeizerão

“Memórias do Caminho”, a exposição de fotografia que mostra ângulos e recantos de Alfeizerão e da região, através...

Aceda ao conteúdo premium do Região de Cister!