A solução para a falta de médicos nas unidades de saúde de Famalicão e Valado dos Frades poderá passar pela criação de uma equipa única para todo o concelho – de médicos, enfermeiros e administrativos. O anúncio foi feito pelo presidente da Câmara, na reunião do executivo deste dia 8.
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Manuel Sequeira mostrou-se “muito otimista” com a solução ventilada na reunião que teve, na passada sexta-feira, com a diretora clínica para a área dos Cuidados de Saúde Primários da Unidade Local de Saúde da Região de Leiria e com os presidentes de Junta de Famalicão e Valado dos Frades.
“À partida, vamos ter médicos, vamos ter uma coisa que nos satisfaz muito”, sublinhou o edil, satisfeito após o encontro com Denise Cunha Velho. “É um passo enorme, enfatizou Manuel António Sequeira, confiante de que “as coisas estão bem encaminhadas”.
A falta de médicos nas duas freguesias não é um problema novo e tem sido motivo de preocupação dos autarcas ao longo dos anos, Mais recentemente, em março deste ano, a Junta de Famalicão emitiu um comunicado face à aposentação da médica que prestava serviço na unidade daquela freguesia. Na passada quinta-feira, véspera da mais recente reunião com a ULS, a Junta de Valado dos Frades denunciou a transferência do médico de serviço, o que colocou a freguesia mais uma vez sem resposta. “O médico foi transferido no dia 1 de julho, sem nunca a Junta de Freguesia ter sido informada”, lê-se no comunicado daquela autarquia, que reconhece a pressão exercida também pela Câmara junto “de quem de direito para que se resolvesse o problema antes dele aparecer”.
A reunião com a ULS aconteceu dias após a transferência (por iniciativa própria) do médico. “Ao dia de hoje, a freguesia de Valado dos Frades e a freguesia de Famalicão estão sem médico de família”, alerta o executivo do Valado. Naquela vila há um médico contratado, com cerca de 700 utentes, “e, agora, com todas as outras competências entregues a ele, sendo que apenas trabalha algumas horas por semana”, lê-se no mesmo comunicado.
A falta de médicos é um problema transversal. Este dia 5, 26 médicos com funções de coordenadores de cuidados de saúde primários da ULS da Região de Leiria subscreveram uma carta dirigida ao presidente do Conselho de Administração, na qual lembram que “inúmeras vagas ficam por preencher” nos concursos, pelo que consideram urgente a criação de estratégias para atrair médicos e fixá-los, evitando que “continuem a rescindir contrato”.