O desenvolvimento de micro ervas aromáticas para chefs de cozinha tem sido um dos principais impulsionadores do projeto Micro Nourish. Sediado em Alvados e idealizado pelos mirenses Samuel Pinto e Diana Correia, o projeto tem sido muito procurado por pessoas com ideais de alimentação ecológicos e sustentáveis.
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“Já tínhamos algum conhecimento em hidroponia antes de germinarmos ‘microgreens’. Quando começámos, vivíamos num apartamento e queríamos comer produtos biológicos, como alfaces, tomates ou pimentos. Nesse sentido, criámos um sistema hidropônico caseiro para conseguirmos cultivar esse tipo de produtos, prontos a colher no nosso lar”, explica o responsável pelo projeto.
Foi, precisamente, sobre o mote “pronto a colher” que o casal aceitou o desafio de amigos, que se tornaram clientes, posteriormente, e se aventurou a produzir micro vegetais de forma caseira. “Temos um processo bastante rústico porque o nosso objetivo é mesmo manter a dinâmica caseira”, afirma Samuel Pinto, que revela o “modus operandis” implementado. “As nossas germinações são feitas ao gosto do cliente. Alguns preferem as plantas mais ou menos espigadas. A nível de sabor também a preferência alterna entre mais ou menos doces, cítricas ou salgadas”, exemplifica o empreendedor, salientando que o facto de ter culturas de pequena escala lhe permite obter o tipo de variações desejadas.
Os primeiros passos do projeto foram dados de forma assertiva para criar uma base sólida. “Identificámos um fornecedor que nos garantisse a qualidade da semente e que cumpria com requisitos legais micro biológicos”, afirma o mirense, que se preocupou também em seguir boas práticas para tornar o processo mais seguro e confiante para o cliente. Garantir bom substrato, controlar a temperatura da água e escolher os micro ingredientes biológicos certos para adicionar à solução nutritiva que abastece os micro vegetais foram também variáveis tidas em conta.
Por agora, os principais clientes da Micro Nourish são pessoas preocupadas com a sustentabilidade que optam por seguir ideais de alimentação veganos e vegetarianos e chefs de cozinha, que procuram intensificar sabores da gastronomia gourmet através das micro ervas.
O projeto é, atualmente, um hobby na vida de Samuel Pinto e Diana Correia e, por esse motivo, o objetivo a curto prazo passa por “manter a qualidade e ir ao encontro dos pormenores que os clientes procuram”, nunca massificando o processo. Além disso, existe também a intenção de “dar a conhecer o processo utilizado e a forma como vemos a germinação ‘Taylor Made’. Numa perspetiva futura, Samuel Pinto diz que o objetivo “pode passar por um crescimento sustentável”, mas prefere não colocar a fasquia num patamar específico.