O sol continua a brilhar no Armazém das Artes. Para celebrar o verão, o espaço museológico de Alcobaça acolhe, até ao dia 1 do próximo mês, “Colar do Sol”, uma instalação única da autoria de José Aurélio que representa o sistema solar através do metal e da cerâmica.
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“É uma obra que nos transporta para outras dimensões e que nos obriga a imaginar”, sublinhou o curador da exposição, Alberto Guerreiro, durante a visita guiada que decorreu na passada sexta-feira. Na ocasião, o autor referiu que o intuito deste projeto desenvolvido há cerca de três décadas foi transmitir “vida”, através da relação direta entre as peças desenvolvidas em grés e o sol em metal, que causa diferentes efeitos visuais a quem o visita, conforme a iluminação natural do dia.
Em simultâneo, o Armazém das Artes recebe outras duas exposições ligadas à cerâmica, ambas inauguradas na passada terça-feira.
“José Aurélio – Uma Retrospetiva de Cerâmica” mostra o percurso do artista alcobacense ligado à cerâmica ao longo de uma década, antes de se ter dedicado à exploração de múltiplos materiais e expressões, como a madeira, o ferro ou a pedra.
“Apresentar o seu trabalho dedicando atenção a uma única matéria é fascinante e revelador da riqueza por trás do percurso longo deste artista plástico”, sublinha a gestora do espaço e da programação do Armazém das Artes, Maria Manuel Aurélio.
Para Alberto Guerreiro que assegura também a curadoria destes dois projetos recém-inaugurados, esta retrospetiva “nunca antes feita”, e que é agora apresentada, era “muito desejada” e vem “preencher uma lacuna na história da cerâmica de Alcobaça”.
Com “45/24 — Pratos da Guerra, Pratos de Paz”, o Armazém das Artes propõe ainda uma reflexão sobre a guerra e a paz, através da exposição de uma seleção de mais de 35 pratos, produzidos entre 1939 e 1945 que relatam os avanços dos aliados durante a II Guerra Mundial, com a contemporaneidade.
Para Maria Manuel Aurélio, a mostra que reúne obras da autoria dos artistas ana+betância, Conceição Cabral, José Aurélio, Liliana Sousa, Paulo Óscar, Sofia Areal, Thierry Ferreira, Virgínia Fróis e Wilson Esperança representa “um registo do ato criativo na fixação da história e do legado alcobacense” e, em simultâneo, “um terreno de criação artística e de reflexão originais, novas e contemporâneas”.
Amanhã, três dias após a inauguração destas duas exposições, o Armazém das Artes promove uma visita guiada de acesso livre às mostras, com a presença de José Aurélio, Alberto Guerreiro e Maria Manuel Aurélio.