Está criada a Real Confraria da Nazaré, uma organização apostada em perpetuar uma das mais emblemáticas tradições do concelho. Com 70 sócios fundadores e 22 honorários, junta elementos de todas as comissões de organização do Carnaval desde 1977.
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Foi três anos após o 25 de Abril que o Entrudo passou a ser organizado na Nazaré. O levantamento feito pelo grupo de Paulo Peixe e António Teixeira recuou 48 anos para encontrar os primeiros nazarenos a abraçar a causa. Desde então, 22 elementos já não estão entre nós e os outros 70 integram o núcleo fundador. Em breve, a confraria vai abrir portas a novos sócios. “Queremos abrir a confraria a toda a comunidade”, anuncia Paulo Peixe, apostado em atrair foliões mais jovens.
A ideia de constituir uma confraria que se dedicasse aos assuntos do Carnaval surgiu aos dois nazarenos depois de perceberem que havia convívios, entre cegadas e ranchos, mas os elementos das várias comissões organizadoras não tinham um lugar próprio, como acontece com vários outros grupos envolvidos na grande festa do Carnaval.
Têm sede na antiga escola primária do Sítio e muitos projetos. Entre os quais a homenagem aos sócios honorários, já falecidos, muitos dos quais pioneiros na organização do Carnaval da Nazaré.
“Estamos a fazer um levantamento de imagens desde a primeira comissão”, avança António Teixeira, que prevê a criação de um site que permita reunir toda a informação sobre a história do Carnaval da Nazaré. “Queremos mostrar as histórias e reviver o que se passou”, descreve Paulo Peixe, que lembra que as raízes da festa “são muito fortes, perdem-se no tempo”. Os nazarenos reconhecem a dificuldade em resgatar espólio e imagens dos primeiros anos de Carnaval organizado.
A Real Confraria do Carnaval da Nazaré, que tem como objetivo promover, apoiar, organizar e estimular o desenvolvimento do Carnaval, assume ainda a missão de reunir todo o espólio relacionado com o Entrudo num só espaço.
“Falamos de uma festa que concentra várias artes, desde a música, ao teatro, à dança e às artes plásticas”, constata António Teixeira, que explica que a confraria defende que “podem ser desenvolvidas todo o ano, não só no Carnaval”.
Ainda sem datas definidas está a organização de uma tertúlia, bem como workshops e encontros com os grupos de Carnaval do concelho. “Ainda não temos o plano de atividades concluído”, refere Paulo Peixe.
A dar os primeiros passos, a mais recente confraria da Nazaré homenageia uma antiga, e bem atual, tradição da Nazaré. “Somos muito fortes no Carnaval”, como resume Paulo Peixe.