Slavov Zizek é um filosofo contemporâneo Esloveno, que as redes sociais têm, inesperadamente, celebrado e tornado popular.
Terá talvez que ver com a sua imagem transgressora e atitude desbocada e irreverente, que se expressa num inglês com muito sotaque de leste. Corre o mundo em palestras e numa delas abordou a temática do amor.
Ainda na semana passada, se celebrou o Dia dos Namorados, mas como tal como os fantasmas do Halloween são a fingir, o Dia de São Valentim serve mais para estimular as vendas das flores e dos bombons, do que para se sentir o pulso ao amor de verdade.
E o que é isso? Segundo Zizek se soubermos responder à questão do porque amamos a pessoa com que estamos, é sinal que não a amamos.
Adianta que não se ama uma pessoa que assinale todos os itens da nossa lista mental do que é uma mulher ou um homem. Isso é puro interesse e planeamento e se há pessoas que não encontram o amor é porque o amor não se procura.
Ele vem ter connosco quando menos esperamos e numa forma que a nossa mente não reconhece, mas à qual o nosso coração se rende. O problema deste mundo são as nossas expectativas.
A sua má gestão caracteriza a pressão, depressão e desconforto que nos rodeia, uma existência quando e onde nos sentimos quase sempre mal porque aquilo que queremos simplesmente… não existe. Longe de ser um discurso derrotista, vejam isto doutra maneira: As melhores coisas da vida, como o amor, não se explicam. Nem dependem de nós.
Acontecem e a única preocupação que temos de ter é estar atentos não aos coachs que crescem como cogumelos e falsos profetas online, mas aos sinais que nos aparecem e que já não temos tempo para os perder.
Porque o amor não pode ser refém da ditadura das nossas expectativas, nem as pessoas que amamos podem ser itens de uma lista ideal, porque o mundo não gira à nossa volta, porque quem somos e com quem estamos é uma descoberta diária que não se limita ao que desejamos mas ao que podemos querer e fazer acontecer.