A 2 de abril assinala-se o Dia para a Consciencialização do Autismo.
A data foi definida pela ONU em 2007 e tem como objetivo esclarecer a população mundial sobre esta condição que afeta o Neurodesenvovimento.
A minha partilha pretende ser apenas pessoal; dar-vos a minha perspetiva enquanto mãe/cuidadora de pessoa autista. Importa partilhar as nossas vivências porque ao expormos desassossegos iniciamos processos de mitigação junto da comunidade.
E importa partilhar testemunhos na 1a pessoa, porque estes, por serem genuínos, transportam esperança. Quando nos questionam acerca de “como é viver/conviver de perto com autismo”, a questão que se destaca é “Qual é a maior dificuldade?”.
Nunca existe apenas uma.
É um somatório de elementos que se traduzem em dificuldade generalizada.
É difícil viver com um diagnóstico que atesta “diferença” numa sociedade que não está apta a conviver com o que se diferencia do padrão! Enquanto cuidadora posso dizer-vos que o mais difícil é a gestão emocional. O não se deixar exacerbar por todo o cenário de constante demanda.
Importa por isso ter uma postura autorregulada.
Autocuidado não é egoísmo.
É essencial para o cuidador.
Outra das questões que me colocam tem que ver com o que gostaria de mudar na sociedade.
Tenho de citar novamente o exacerbamento emocional, pois nele está a base da minha resposta – o inconformismo.
E dele saem em riste palavras como Preconceito e Inclusão.
Assim, erradicaria o preconceito; travaria a inclusão difusa e inverteria o padrão de mentalidades.
Traria equidade a esta equação criando oportunidades iguais para todos, adaptando-as às necessidades de cada um.
Investiria numa inclusão funcional para o dia a dia, onde o autista tivesse atendimento prioritário e onde um jovem adulto autista pudesse ter como destino algo “maior” que o sofá e a consola de jogos na casa dos pais.
É preciso entender a neurodiversidade com empatia, partindo da premissa que diverso é sinónimo de riqueza.
Feliz dia a toda a comunidade autista!