A Cercina é uma das dezenas de organizações afetadas com a decisão do Ministério da Educação e Ciência (MEC) de reduzir o financiamento dos Centros de Recursos para a Inclusão (CRI). O apoio a milhares de crianças com necessidades educativas especiais está, assim, em risco.
A Cercina é uma das dezenas de organizações afetadas com a decisão do Ministério da Educação e Ciência (MEC) de reduzir o financiamento dos Centros de Recursos para a Inclusão (CRI). O apoio a milhares de crianças com necessidades educativas especiais está, assim, em risco. Estava prevista para esta quarta-feira uma reunião da Federação Nacional de Cooperativas de Solidariedade Social (Fenacerci), na qual seriam discutidas medidas de protesto.
Numa carta enviada aos pais, encarregados de educação e professores, a Fenacerci contesta o facto de o MEC ter ignorado um estudo que contempla o “conjunto de critérios a observar, para que a qualidade dos apoios pudesse ser garantida a todos os alunos”. “O Ministério da Educação fez tábua rasa de todas essas recomendações e optou por não aplicar quaisquer critérios compreensíveis, a não ser uma aparente tentativa de “distribuir o mal pelas aldeias”. Por via disso há certamente milhares de apoios que, apesar de propostos nos Planos de Ação elaborados pelos Agrupamentos de Escolas, não foram considerados”, lamenta a Fenacerci.
O MEC optou por apoios terapêuticos de meia-hora por semana, que “objetivamente não servem para nada a não ser para fazer de conta que o apoio existe”, mantendo-se, por outro lado, “situações em que um técnico apoia cerca de 80 crianças de escolas diferentes e continua a não considerar-se a totalidade dos custos de intervenção, designadamente os custos com transportes, o que coloca em causa a própria sustentabilidade das organizações promotoras”.
Em declarações ao REGIÃO DE CISTER, o presidente da Cercina sublinha “as implicações negativas que os acompanhamentos de 30 minutos por semana têm nos resultados da estratégia terapêutica” e o insucesso da estratégia terapêutica resultante da não continuidade dos apoios, quer pelo ciclo escolar, quer pelo período letivo e interrupção letiva, pois o aluno fica sem apoio especializado nos meses de julho, agosto e setembro.
Joaquim Pequicho perfilha uma “aposta numa complementaridade de apoios para os alunos com deficiência mais profunda e com mais dependência”. “Penso que os CRI’s, das Cerci’s, têm todas as condições para receber os alunos e apostar na melhoria da sua qualidade de vida”, conclui o dirigente.
A Cercina apoia cinco agrupamentos de escolas: Nazaré, Caldas (2), Bombarral e Cadaval, num total de 270 crianças com necessidades educativas especiais. A entidade tem uma equipa multidisciplinar para o efeito.