Quase vinte vestidos de um dia dedicado à “costura solidária”, na Benedita, no âmbito da campanha internacional “Dress a Girl Around The World” vão “salvar” vidas de meninas que vivem em situações de risco em mais de 80 países pobres espalhados pelo mundo.
Juntar tecidos de algodão, linhas e elásticos e transformá-los em vestidos pode não parecer um grande feito, mas quando esse vestido muda a vida de uma menina… a história também muda de figura. Os 18 vestidos feitos num dia inteiro dedicado à costura solidária, numa das salas da Casa da Vila, na Benedita, vão “salvar” vidas de meninas que vivem em situações de risco, entre casos de violência física e sexual, em mais de 80 países pobres espalhados pelo mundo.
A campanha internacional “Dress a Girl Around The World” despertou a atenção da turquelense Maria Rodrigues, que acabou por dinamizar o projeto em terras beneditenses. Quando viu, pela primeira vez, a campanha num programa da televisão, contactou a associação, reuniu as linhas a apontou as agulhas em direção à solidariedade, chamando à causa todas as pessoas que soubessem ou não costurar. “O desafio foi lançado no Facebook, com um cartaz da ‘costura solidária’.
Fazer o máximo possível de vestidos era o único objetivo. Os tecidos foram doados e todo o processo de costura foi solidária. “Quando os vestidos lhes são entregues, a maior parte das meninas não sabem para que servem. Infelizmente e em muitos casos, este é o único vestido que vão estrear na vida”, sublinha a dinamizadora do projeto, que juntou mais de 15 de voluntárias ao longo do dia.
Mas nem só de vestidos se fazem as boas ações nesta campanha. Quem não souber costurar pode oferecer uma peça de roupa especial. “Cada vestido feito vai levar umas cuequinhas no bolso. Apesar de ser uma peça básica, a finalidade é, também, a proteção”.
A todos os vestidos da iniciativa será cosida uma etiqueta com o logótipo da “Dress a Girl”. “Esse símbolo identifica o vestido e significa que todas as meninas que o têm sabem de onde o vestido vem, passando a ser acompanhadas pela campanha internacional, que lhe dá a proteção possível no local onde vivem. “Até agora sabe-se que os casos de violação e de rapto diminuíram, também por causa deste pormenor”, diz Maria Rodrigues.
Pela Benedita, espera-se que a “costura solidária” se venha a multiplicar vezes sem conta, cosendo-se com amor e solidariedade uma boa vontade que, efetivamente, salva vidas.