Depois de Miguel Pinheiro no Ginásio, segue-se Rui Santos, mais conhecido por Batuto, no Beneditense. O capitão terminou a carreira no desaire na final da Supertaça distrital diante do Peniche (1-5), fazendo com que mais um clube da região perca uma referência.
Depois de Miguel Pinheiro no Ginásio, segue-se Rui Santos, mais conhecido por Batuto, no Beneditense. O capitão terminou a carreira no desaire na final da Supertaça distrital diante do Peniche (1-5), fazendo com que mais um clube da região perca uma referência.
O médio, de 37 anos, decidiu pôr um ponto final numa vida dedicada ao futebol devido ao nascimento do segundo filho, porque, por vontade própria, assume que jogaria “até as pernas deixarem”. “O último jogo foi complicado. Sabíamos que era um jogo difícil, disputava-se um título que faltava ao clube e começou mal. Entrámos a perder e com a expulsão do Guerra tudo se complicou, mas só nos últimos 10/15 minutos é que me apercebi que estava mesmo a acabar a carreira”, assume o meio-campista, que esta época foi muito utilizado como central, devido à necessidade da equipa.
O adeus aos relvados tinha vindo a ser sucessivamente adiado nos últimos anos, mas a função de pai ditou as suas leis. “Vinha sempre dizendo que era o último ano, mas acabava por ficar pela paixão que sinto pela modalidade. Quem anda no futebol a este nível só o faz por paixão. Além de uma atividade profissional exigente, tenho um filho, o Matias, com 2 anos e meio, e vem a caminho mais um bebé, pelo que chegou a hora de parar”, resume Rui Santos, que fez quase 400 jogos pelo clube do coração: 347 só em partidas de campeonato e 33 golos, se não contabilizarmos as taças.
“Nunca pensei que chegasse a este ponto de ser tão importante na história recente do clube. Fiz a minha formação no Beneditense, fui dispensado quando o clube optou por mandar embora jovens da casa e contratar jogadores feitos, mas o treinador que me dispensou foi-me buscar três anos depois e seguiram-se 14 anos maravilhosos”, refere Batuto, que recorda com especial carinho a época 2003/04. “No primeiro ano não era utilizado, mas com a lesão de um colega fui chamado ao 11 e não mais saí. Esse primeiro ano marcou-me e fiquei ainda mais apaixonado pelo clube”, pelo qual teve “dois pontos altos”, as conquistas das duas Taças Distrito de Leiria. Na memória fica a final perdida para o Ansião (1-0), em 2006/07. “Fui expulso no jogo anterior no campeonato e estava castigado. Ainda hoje penso nisso”, admite.
“Pelo menos na próxima época”, vai deixar o futebol
“Pelo menos na próxima época”, vai deixar o futebol. “Os colegas estão a pressionar-me para voltar atrás na decisão, mas a decisão está tomada. Levo para toda a vida os amigos que ganhei, porque graças ao futebol criamos amizades para a vida”, assume o médio, que “herdou” a alcunha de um cão que tinha. “Fiquei muito triste quando ele morreu e, a partir daí, começaram a chamar-me Batuto”, assume o jogador com mais jogos pelo Beneditense na Divisão de Honra (253), que agora vai ver as partidas da bancada.