O regresso às escolas foi um desafio para toda a comunidade escolar, que não escondeu o receio de que o retomar das atividades letivas pudesse também colocar em causa a segurança de todos. Cerca de um mês depois, os assistentes operacionais elogiam o comportamento “exemplar” dos adolescentes e descrevem um ambiente de “segurança e tranquilidade”.
O regresso às escolas foi um desafio para toda a comunidade escolar, que não escondeu o receio de que o retomar das atividades letivas pudesse também colocar em causa a segurança de todos. Cerca de um mês depois, os assistentes operacionais elogiam o comportamento “exemplar” dos adolescentes e descrevem um ambiente de “segurança e tranquilidade”.
Célia Leão é um dos rostos mais conhecidos da Escola Secundária D. Inês de Castro, em Alcobaça, somando mais de 20 anos de “casa”. A alcobacense, que antes da pandemia desempenhava funções no bar da escola, revela nunca ter estado verdadeiramente assustada com a possibilidade de regressar ao trabalho. “Como tantos outros profissionais, estava curiosa sobre as medidas de segurança a adotar, mas nunca tive receio”, nota.
A funcionária frequentou as sessões de formação promovidas pelas forças policiais nas instituições de ensino e passou a assumir tarefas de higienização do recinto, uma vez que o serviço de bar foi interrompido.
Embora o horário de trabalho tenha sido reduzido, dada a criação de turnos, a alcobacense nota que existe uma “responsabilidade acrescida” nestas novas funções. “Garantir que o espaço está devidamente higienizado é assegurar a segurança de todos. Não há margem para erros”, sublinha.
E o apoio dos estudantes tem sido imprescindível no sentido de alcançar um ambiente de segurança. “O comportamento dos alunos tem sido muito satisfatório. Têm cumprido as normas e demonstrado um sensibilidade enorme face a esta situação”, descreve. Célia Leão afirma que foram raras as vezes em que foi necessária a intervenção de um auxiliar na interação entre os alunos. “Os próprios jovens, entre si, corrigem comportamentos menos corretos e isso demonstra que estão informados e não querem correr riscos”, afirma.
A responsabilidade dos alunos também tem surpreendido Maria do Rosário, assistente operacional na Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, nas Caldas da Rainha. A alcobacense, que trabalha há 18 anos naquela instituição, confessa que estava receosa com a reabertura das escolas, mas que “os alunos provaram estar à altura do desafio”. “Cumprem os circuitos delineados, alertam para comportamentos de risco e até dão dicas de coisas que podem ser melhoradas no sentido de aumentar a segurança e funcionalidade no recinto”, revela.
A idade dos estudantes é, segundo as assistentes operacionais, um fator determinante para o sucesso desta medida de desconfinamento. “São alunos do 11.º e 12.º anos, ou seja, são praticamente adultos e é esperado deles um comportamento mais responsável. Não acredito que seja possível, para já, garantir a mesma segurança entre alunos mais jovens, que normalmente são mais frenéticos e imaturos”, analisa Maria do Rosário.
Com o final do ano letivo à porta, os métodos a adotar no próximo ano ainda são desconhecidos, mas as funcionárias anteveem que será mantido o mesmo regime. Apesar do modesto sucesso alcançado com os alunos do secundário, acreditam que é preciso rever o funcionamento para a chegada dos alunos dos restantes ciclos de ensino.