Quinta-feira, Maio 2, 2024
Quinta-feira, Maio 2, 2024

Casimiro Eletrodoméstico: cinco décadas ao lado dos clientes

Data:

Partilhar artigo:

Recuar a 1970 quando a loja “Casimiro Eletrodomésticos” abriu na Maiorga obriga ao exercício da imaginação, quando as televisões, os frigoríficos e as “varinhas mágicas” eram objetos de “gente com posses económicas”. 

Recuar a 1970 quando a loja “Casimiro Eletrodomésticos” abriu na Maiorga obriga ao exercício da imaginação, quando as televisões, os frigoríficos e as “varinhas mágicas” eram objetos de “gente com posses económicas”.

Ao longo dos últimos 50 anos, o estabelecimento comercial abriu portas diariamente, ao primeiro raio de sol, com o propósito de “bem servir” a comunidade. 

Região de Cister - Assine já!

António Casimiro ainda era um “rapazinho” quando decidiu criar um pequeno negócio num espaço cedido pelo pai. A resposta da população foi de tal forma positiva, que o patriarca desafiou o filho a instalar o seu negócio no talho da família. “Ocupei uma parte do talho do meu pai para vender pequenos eletrodomésticos. Na época não era muito comum e o negócio foi bem recebido pela comunidade.

Lembro-me da loucura que foi quando comecei a vender as varinhas mágicas para a sopa… algo tão simples nos dias de hoje”, recorda o septuagenário. Anos mais tarde, o maiorguense deu mais um passo em frente, literalmente, com a mudança do negócio para o edifício na rua oposta ao talho da família. “O proprietário veio convidar-me para ficar com o espaço porque a loja ia encerrar.

Ele acreditava que o meu negócio ia continuar a crescer e que era uma boa oportunidade para mim”, relembra, confessando que “a renda de 50 contos era muito cara” para a época.

Ao longo de mais de duas décadas o maiorguense dividiu atenções entre a loja e o emprego na Cooperativa de Fiação e Tecidos de Alcobaça.

Durante esse período, era a mulher, Anabela Casimiro, que assumia as rédeas do negócio. “No final do dia, ela dava-me a lista de entregas e lá ia eu distribuir os bens adquiridos naquele dia. Era a única forma de conciliar ambas as responsabilidades”, relata o comerciante.

O espaço atual, inserido na moradia do empresário, foi erguido em 2004. “Após a morte do meu pai fiquei com esta casa, que necessitava de muitas obras. O empreiteiro falou-me da possibilidade de construir uma pequena loja dentro do terreno e foi, sem dúvida a melhor opção”, conta. Os “clientes amigos”, sabem que António Casimiro acorda com os primeiros raios de sol e que se o portão da casa estiver aberto, é um convite para entrar.

“Esta é uma comunidade pequena e já conhecemos os hábitos do outro. Sou uma pessoa muito ativa e abro logo a loja porque ter o espaço em casa tem essa peculiaridade: acordo e já estou pronto a trabalhar”, afirma, com orgulho. 

O comércio “desleal” praticado nas grandes superfícies comerciais não assusta o empresário, que deposita a confiança no seu serviço de proximidade e de qualidade para manter o cliente. Admite que o negócio com meio século termina no dia em que decidir diminuir o ritmo.

No entanto, se depender deste empresário, os maiorguenses podem contar com o seu serviço por mais meio século.   

AD Footer

Artigos Relacionados

Câmara de Alcobaça quer reclassificar monumento na Cela Velha

A Câmara de Alcobaça pretende reclassificar como monumento nacional a escultura edificada por José Aurélio, na Cela Velha,...

Venda de lotes na ALEB deverá começar a partir de setembro

A obra de construção da Área de Localização Empresarial da Benedita (ALEB) deverá ficar concluída ainda durante este...

Museu das Máquinas Falantes inaugurado em Alcobaça

Foi com pompa e circunstância que o Museu das Máquinas Falantes, em Alcobaça, foi inaugurado, na passada quinta-feira....

Parque infantil em forma de barco instalado na praia de São Martinho do Porto

As crianças que façam praia na baía de São Martinho do Porto têm, desde o passado dia 19...

Aceda ao conteúdo premium do Região de Cister!