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Comercial do Terreiro serve pisoenses há quase 40 anos

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Hoje, o Comercial do Terreiro é um minimercado moderno onde se pode encontrar quase tudo, mas, quando nasceu, a loja de Aida Mourato Henriques era um pequeno espaço onde cabia um cliente de cada vez.

Hoje, o Comercial do Terreiro é um minimercado moderno onde se pode encontrar quase tudo, mas, quando nasceu, a loja de Aida Mourato Henriques era um pequeno espaço onde cabia um cliente de cada vez.

O primeiro estabelecimento foi criado há 36 anos, mas já passaram mais de 50 desde que a comerciante se estreou nas lides das vendas. Tinha apenas 5 anos quando começou a vender porta a porta, em Alpedriz, de onde é natural, os queijos que a família produzia. “Ainda não sabia contar o dinheiro, mas sabia que cada queijo era uma moeda”, recorda, com humor, Aida Henriques. Naquele tempo, a estratégia era vender aos domingos, depois do almoço, quando era certo que apanhava muita gente em casa.

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Mais tarde, aventurou-se com a mãe no mercado da Marinha Grande e foi alguns anos depois que ganhou liberdade para regressar às vendas porta a porta graças à bicicleta que o pai lhe comprou. “Foi aí que comecei a vender em Pataias”, lembra-se como se fosse hoje.

As boas memórias vêm também dos tempos que estudou na Escola D. Inês de Castro, em Alcobaça, onde entrou em 1972 para frequentar o curso comercial. “Lá fiz muitos amigos”, conta a lojista.
Veio depois o curso de pintura cerâmica, atividade que ainda exerceu aos 18 anos, mas Portugal era um País mergulhado em crise no final dos anos 70 e início da década de 80 do século passado e Aida Henriques regressou às vendas. “Aí já estava por minha conta”, testemunha.

Foi para os Pisões, de onde é natural a mãe, uns anos depois. “Tive a ideia de abrir aqui um negócio porque os Pisões eram uma terra com muita indústria e não havia nenhuma loja em condições”, conta a empreendedora, que começou na Rua de Alcobaça e ali esteve durante 15 anos. Em 2005 mudou para a Rua do Clube, junto à coletividade e à escola primária e desde logo percebeu que também “não havia nenhuma pastelaria onde as pessoas pudessem estar um bocadinho”.

Abrir um café, hoje encerrado por causa do confinamento, foi o passo seguinte. “Estava grávida do meu terceiro filho, mas não perdi a coragem”, relata a comerciante.

Atualmente confessa-se desanimada por culpa da pandemia. O caminho até aqui tem sido de luta.

“Tem de haver muita dedicação.Para triunfarmos nesta profissão, para termos clientes, temos de nos esquecer de nós muitas vezes”, considera Aida Henriques, que gostaria de passar o testemunho aos filhos. “Neste momento não estou a ver que queiram.

Talvez um dia mais tarde”, diz, esperançosa, enquanto lembra aquele que considera o maior entrave ao crescimento dos Pisões: a falta de revisão do PDM, que tarda em sair “e não deixa construir em lado nenhum”, não permitindo a fixação de jovens na terra.

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